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Profissionais que começaram a trabalhar e já foram para linha de frente na batalha contra a covid-19

*Lane Gusmão – Dia a Dia On-line

O mercado de trabalho não é fácil para quem está iniciando a carreira. Encontrar um emprego em um país onde a taxa de desocupação é de 13,1%, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de junho deste ano, é desafiador, imagina para alguém que ainda não tem experiência. Desde o início da pandemia, o número do desemprego tem aumentado no país. Na contramão dessa realidade, está o setor de saúde, profissionais dessa área foram requisitados em massa, nas instituições públicas e privadas. A reportagem do Dia a Dia On-line ouviu profissionais que começaram a trabalhar em plena pandemia, diante de um vírus nunca visto e sem antídoto.

Esse é o exemplo do enfermeiro Marcos Vinícius. Ele terminou a faculdade e já começou um mestrado, sabia a teoria e se dedicou na área da pesquisa, mas em abril resolveu que precisava colocar o conhecimento em prática.

“No começo foi preocupante e desafiador, pois seria a primeira vez que iria atuar na assistência com autonomia e tinha medo de contaminação. Víamos muitas pessoas, que se encontravam ansiosas, pacientes que evoluíam rapidamente para Síndromes Respiratórias Agudas Graves e infelizmente acabavam indo a óbito, nesse momento nos sentíamos incapazes de reação, como se o vírus tivesse todo o controle da vida das pessoas”, contou.

Outra preocupação era com os familiares. Os profissionais da linha de frente da saúde tiveram de mudar a rotina, alguns se mudaram de casa, outros aumentaram os cuidados e evitavam o contato com o restante dos moradores da casa.

“Meu pai é cardiopata e diabético, por conta disso evito contato com meus pais, não trago roupa contaminada para dentro de casa, sempre mantenho distância e sempre cuido de minha higiene pessoal e das coisas que toco, para reduzir os riscos de contaminação”, disse o Vinícius.

Quem também mudou a rotina dentro de casa foi a fisioterapeuta, Vanessa Costa. Ela conta que ficou dois meses longe do filho de 8 anos e dos pais, para evitar que eles tivessem  qualquer exposição ao vírus. Ela tem uma clinica de estética que ficou parada durante a pandemia, quando ouviu falar que estavam procurando profissionais de fisioterapia, Vanessa se candidatou a vaga.

“Nunca tinha trabalhado antes no hospital, surgiu oportunidade para trabalhar na linha de frente e eu estava desesperada para pagar minhas contas e fui com medo, mas tinha muita fé que tudo ia da certo. O principal desafio era trabalhar como linha de frente sabendo que eu estava correndo o risco de ser contaminada”, disse ainda lembrando a rotina que segundo ela era quase um ritual todos os dias, o cuidado redobrado para não ser contaminada e não levar o vírus pra casa.

Hoje ela já saiu do hospital e voltou a atuar na clínica, mas conta que a experiência a fez ver as coisas de um jeito diferente.

“Mudou a minha vida, fiquei muito satisfeita e realizada como profissional  em poder ajudar e salvar vidas, e aos poucos vou retornando a minha rotina”.

Em todo Brasil, foram registrados os números de 76.997 mortes e 2.021.834 de pessoas infectadas pelo covid-19, até 17 de julho. E para quem trabalha nos hospitais, todo dia é um aprendizado sobre a doença e também sobre a vida, como disse o enfermeiro Vinícius.

“Parece clichê, mas devemos ser amáveis com as pessoas ao nosso redor, pois a vida pode acabar muito rapidamente. Não sabemos de tudo, mas podemos aprender e o trabalho em equipe é o melhor jeito”, disse o enfermeiro que hoje foi efetivado no trabalho e agora quer se dedicar a assistência hospitalar.

 

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