Em assembleia geral extraordinária realizada na manhã deste sábado, dia 01, na praça da Polícia, centro de Manaus, os professores aprovaram o indicativo de greve contra o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas do Estado. Segundo a coordenadora geral do Sindicato dos Professores e Pedagogos das Escolas Públicas do Ensino Básico de Manaus (Asprom Sindical), Helma Sampaio, a categoria não se sente segura em retornar para a sala de aula em plena pandemia.
A categoria aprovou o entendimento de que o decreto do governador Wilson Lima, que determina o retorno dos professores que atuam nas escolas de Ensino Médio para a próxima segunda-feira (3) e o retorno dos alunos que estudam nas escolas de Ensino Médio para o dia 10, é um decreto genocida e transforma as escolas em verdadeiros abatedouros.
“Isto porque o Plano de Retorno das aulas presenciais apresentado pelo governo não previu as reformas das janelas das salas de aulas e das salas de professores, não prevê a testagem em massa dos trabalhadores da Educação e dos alunos, para a detecção dos possíveis contaminados assintomáticos e, pior de tudo, não prevê nenhum controle do poder público sobre o transporte coletivo urbano, que é o principal meio de transporte utilizado por professores e alunos para se locomoverem”, disse a representante do sindicato.
O sindicato informou ainda que levou em consideração as pesquisas que alertam para o risco, ainda presente, do covid-19, usando como exemplo a afirmativa do cientista Lucas Ferrante que declara que a pandemia não está controlada na capital.
Segundo o sindicato, eles esperam que o Governo do Estado, volte atrás na decisão do retorno das aulas presenciais, caso contrário, a categoria entrará em greve a partir do dia 05 de agosto.
“Torcemos para que o Governador Wilson Lima perceba o grande erro que está cometendo, colocando em risco as vidas de milhares de pessoas, e que volte atrás, para que não seja necessário que a greve seja deflagrada, a data que foi determinada como a indicada para a Deflagração da Greve é o dia 05. Também foi aprovada a realização de uma grande carreata, que se dirigirá para a Assembleia Legislativa do Amazonas, com a finalidade de cobrarmos a realização de uma Audiência Pública, para fazermos o debate sobre os riscos do retorno precipitado das aulas presenciais. A carreata será realizada na segunda-feira, dia 03”, afirmou.
Sindicato aciona a Justiça
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM) realiza assembleia geral na próxima segunda-feira, dia 3, às 17h, na plataforma zoom, para discutir com a categoria o retorno às aulas presenciai. O Sinteam informou ainda que, na segunda-feira também vai ingressar com um mandado judicial no Tribunal de Justiça do Amazonas para barrar o retorno das aulas. No início de julho, o SINTEAM pediu que o Ministério Público Estadual interviesse no sentido de adiar o reinício das aulas, mas o órgão ministerial arquivou o pedido.
“Nós vamos até a última instância para defender a vida dos trabalhadores da educação. Já perdemos muita gente. Não podemos ser cobaias. O governo está preocupado em cumprir prazos, índices e metas. Vamos à justiça e debater com a categoria de que forma vamos dar cada passo para manter as aulas em casa, sem aglomerar e sem colocar nossa vida e de nossos alunos em risco”, afirmou a presidente do SINTEAM, Ana Cristina Rodrigues.
Na quinta-feira e sexta-feira, 30 e 31, o SINTEAM realizou assembleias zonais de caráter consultivo. Em ambas as assembleias, a opinião dos servidores foi contrária ao retorno das aulas presenciais e a favor da manutenção das aulas em casa.