*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Uma professora foi gravada sentando sobre um estudante autista de 6 anos para imobilizá-lo dentro de uma escola particular de Campinas, no interior de São Paulo. Ela foi denunciada à polícia pela família da criança. O colégio nega agressão e diz que a imobilização ocorreu dentro do “procedimento padrão”.
As imagens mostram a mulher em cima do menino e segurando a criança pelos punhos. Em um momento da gravação, a professora ainda levanta a mão em direção ao aluno. A família da criança registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal contra a docente.
O caso ocorreu no dia 26 de março, no Colégio Estudarte, mas o registro na Polícia Civil ocorreu na Delegacia Eletrônica, na última sexta-feira, 11. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou ao Terra que o caso foi encaminhado ao 4° Distrito Policial de Campinas, onde será investigado.
De acordo com a advogada que representa a família do estudante, a criança imobilizada por ela é autista, não verbal, e estava sob a responsabilidade da docente.
“O ato transcende os limites da crueldade e da legalidade”, descreveu a advogada Thais Cremasco. Ela classificou o episódio como “tortura”.
Segundo ela, a família do menino está “profundamente abalada”. “A criança não voltou nunca mais (à escola) depois desse episódio. Era nova na escola”, disse. O estudante está sendo acompanhado por uma clínica.
A família deve ser ouvida pela polícia nesta segunda-feira, 14, na delegacia. Thais afirma que pedirá medidas protetivas imediatas junto ao Ministério Público e à Vara da Infância e Juventude, além de ação cível indenizatória por danos morais e materiais e pensão para tratamento psicológico da criança. Ela também informou que a escola será denunciada à Secretaria de Educação para apuração administrativa.
“As informações são mentirosas”, diz o advogado Murilo Miotti, que representa a instituição. Segundo ele, o aluno estava matriculado na Estudarte desde o começo de março e chegou a agredir outros estudantes, professores e monitores. “Sempre precisou de intervenção”, relata em nota.
“No dia dos fatos, o aluno chegou 30 minutos antes de seu horário convencional. Por ter saído de sua rotina, já chegou à instituição descompensado e muito agressivo, inclusive contra o próprio responsável em trazê-lo. O aluno foi recebido pela professora, entrou na instituição se debatendo e se jogando no chão, com o intuito de sair correndo para fora da escola”, segue o advogado.
*Com informações do Terra