Por mais de 11 anos, a Islândia, primeiro país a proibir que mulheres recebam salários mais baixos que os homens, é considerado o melhor país a se viver como mulher. Isso porque, desde 2009, o país ocupa o primeiro lugar do ranking que analisa 14 aspectos para medir a igualdade entre homens e mulheres.
Criado em 2006 pelo Fórum Econômico Mundial, o “The Global Gap Report” é um relatório anual que considera níveis de participação política, saúde, educação e emprego de mulheres em 153 países. No ranking geral de 2019, o Brasil ocupou a posição número 92.
Ao contrário da Islândia, que está apenas 12,3% distante da igualdade de gênero, a lista mostra que, em média, os 153 países do mundo estão cerca de 31,4% distantes de um cenário justo e igualitário.
A representação política feminina é área mais preocupante. Embora tenha crescido, o número de mulheres nos parlamentos continua baixo, na maioria do mundo, em relação ao número de cargos.
Países que tiveram um dos maiores crescimentos no ranking geral, como Etiópia, Espanha, Mali, Albânia e México, têm em comum o aumento da presença de mulheres em instituições políticas.
Salários igualitários
Mais uma vez, a Islândia é o país com mais avanço no que diz respeito à igualdade salarial. Esse fato tem a ver com a lei de igualdade de remuneração, em vigor desde 2018.
A lei torna obrigatório que empresas, públicas e privadas, com 25 ou mais funcionários, garantam que homens e mulheres recebam o mesmo valor salarial quando executam o mesmo trabalho.
Essa decisão causou muita polêmica na política internacional, atraindo atenção para o país e criando opiniões polarizadas sobre o assunto.
Embora a lei seja recente, os efeitos foram rápidos devido às empresas terem que provar que pagam a seus funcionários da mesma maneira, registrando uma certificação anual de salário igual.
Antes disso, a Islândia já empregava um sistema de cotas para garantir que as empresas com mais de 50 funcionários tivessem, no mínimo, 40% de mulheres em seu corpo diretório.