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Primeiro debate eleitoral tem foco na mulher, corrupção e ataques de Bolsonaro contra jornalista

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*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia

O primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República girou em volta de diversas questões. As maiores foram voltadas às questões das mulheres e a casos de corrupção. A discussão se acentuou após o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, atacar a jornalista Vera Magalhães e discutir com a senadora Simone Tebet, candidata do MDB à Presidência da República. Em sua primeira fala, Bolsonaro atacou o partido da senadora, dizendo que acabou com o período em que o governo era loteado entre legendas políticas.

Favorito nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos primeiros alvos. O presidente Jair Bolsonaro abriu suas perguntas questionando Lula sobre a corrupção na Petrobras, citando a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. Bolsonaro alegou que a Petrobras “se endividou aproximadamente R$ 900 bilhões” na gestão petista, o que daria “para fazer 60 vezes a transposição do rio São Francisco”.

“Esse montante é equivalente a 120 vezes o orçamento do Ministério da Infraestrutura e estou falando isso para que se tenha noção do tamanho da corrupção somente na Petrobras. E delatores devolveram R$ 6 bilhões. Ou seja, corrupção houve. Presidente Lula, o senhor quer voltar ao poder para quê? Para continuar fazendo a mesma coisa na Petrobras?”, perguntou o atual presidente.

Em resposta, Lula deu uma explicação semelhante a de sua entrevista no Jornal Nacional, afirmando que seu governo criou mecanismos de fiscalização e combate à corrupção.

“Nós fizemos o Portal da Transparência, a fiscalização da CGU, a lei de acesso à informação, a lei contra o crime organizado, lei contra lavagem de dinheiro, colocamos AGU [Advocacia-Geral da União] no combate à corrupção, fizemos o Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] funcionar”, respondeu.

Bolsonaro disse que a resposta de Lula era mentirosa e que “seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil”. Na tréplica, o ex-presidente usou mais dados para exaltar seu governo em questões de combate à corrupção, meio ambiente e emprego.

“Esse país, que teve 20 milhões de empregos com carteira assinada, é o país que o atual presidente está destruindo”, disse o petista.

Confusão com Ciro Gomes, Simone Tebet e ataque à Vera Magalhães

Na rodada com perguntas de jornalistas, Vera Magalhães perguntou sobre a queda nas vacinações do Plano Nacional de Imunização. A pergunta foi direcionada ao candidato Ciro Gomes (PDT), com comentário de Bolsonaro. A jornalista ressaltou a questão da desinformação sobre as vacinas, propagada pelo atual presidente da República.

Ciro Gomes respondeu que sentia-se chocado com afirmações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, evocando dados sobre a fome e o desemprego, os quais têm crescido.

No momento de seu comentário, Bolsonaro atacou a jornalista e disse que ela deveria dormir pensando nele e que ela estia fazendo acusações mentirosas e tomando partido no debate. O candidato também se irritou com Simone Tebet, que repudiou o ataque contra a profissional da imprensa. Bolsonaro acusou a senadora de ser conivente com a corrupção durante os trabalhos da CPI da Covid.

“Não achou nada contra mim e escondeu Carlos Gabas. Desviou R$ 50 milhões e não foi investigado pela CPI. A senhora é uma vergonha para o Senado Federal”, disparou Bolsonaro.

Ciro criticou a agressividade de Bolsonaro e afirmou que, como possível presidente, gostaria de “reconciliar o Brasil”.

Quem também criticou o ataque foi a senadora Soraya Thronicke, candidata do União Brasil. A parlamentar afirmou ser uma pessoa muito tranquila, mas que quando vê “o que aconteceu com a Vera, eu realmente fico extremamente chateada.

“Quando homens são tchuchuca com outros homens, mas vêm pra cima da gente sendo trigrão, eu fico extremamente incomodada. Aí eu fico brava sim”, afirmou, fazendo referência ao caso do youtuber que discutiu com Bolsonaro e o chamou de “tchuchuca do Centrão”.

A questão da mulher foi bastante enfatizada pelos candidatos, principalmente após o episódio envolvendo Bolsonaro e Vera. Simone Tebet ressaltou que sua chapa é inteiramente feminina, formada em conjunto com a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP).

A senadora emedebista, ao final, também ressaltou que faria um ministério de paridade entre homens e mulheres. Simone cobrou Lula de fazer o mesmo, mas o petista afirmou que não poderia se comprometer, sob o risco de passar por “mentiroso” caso não cumprisse sua palavra.

Embate sobre Auxílio Brasil

Lula e Bolsonaro voltaram a discutir quando o tema foi o Auxílio Brasil. Enquanto o atual chefe do executivo federal afirmou que manteria o valor do benefício em R$ 600 “não roubando, não metendo a mão no bolso do povo”, Lula relembrou que o aumento só iria até dezembro, depois voltaria para R$ 400.

A razão seria a não inclusão do Auxílio de R$ 600 na Lei de Diretrizes Orçamentárias sancionada pelo presidente da República. Bolsonaro se exaltou ao responder.

“Para de mentir. Está no seu DNA mentir e inventar números. A LDO você resolve, tenho contato com lideranças da Câmara. Não podemos ser inconsequentes, vou dar isso e vou dar aquilo, só mentira”, disse Bolsonaro.

Lula tem pontuado o caráter eleitoreiro dos auxílios ofertados pelo governo federal. O pacote da PEC dos Auxílios foi lançado em um dos momentos demais baixa popularidade do presidente da República.

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