*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A soltura de Luiz Armando dos Santos, 40, e Wesley Fabiano Lourenço, 38, um casal paulista preso em flagrante por supostamente tentar comprar um recém-nascido por R$ 500 em Manacapuru (distante 98 quilômetros de Manaus), levou o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), desembargador Jomar Fernandes, a acionar a Corregedoria-Geral de Justiça para investigar as circunstâncias da decisão.
O casal foi detido na última sexta-feira (11/07), enquanto aguardava para deixar a maternidade com o bebê. No entanto, após uma audiência de custódia, foram liberados e, segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), já retornaram para o estado de São Paulo, enquanto as investigações sobre o caso prosseguem. A defesa dos acusados nega o envolvimento na tentativa de compra da criança e afirma que ambos estão cooperando com as autoridades.
Além do casal, José Uberlane Pinheiro de Magalhães, de 47 anos, foi preso sob a acusação de tráfico de pessoas com a finalidade de adoção ilegal. Ele é apontado como o intermediário da negociação, tendo recebido diversas transferências via Pix do casal.
A Delegacia Especializada de Polícia de Manacapuru recebeu uma denúncia anônima informando que dois homens estariam negociando a compra de um recém-nascido na maternidade pública do município.
A delegada Joyce Coelho revelou que um dos homens chegou a se apresentar como pai biológico da criança, acompanhou o parto e recebeu a Declaração de Nascimento Vivo (DNV), documento essencial para o registro. Ele tentou registrar o bebê, mas o processo não foi concluído devido a uma falha no sistema.
No momento da abordagem policial, o casal apresentou nervosismo e, após inicialmente negarem, admitiram ter transferido R$ 500 para José Uberlane, que os indicou à mãe disposta a entregar o filho. As investigações indicam que a mãe decidiu entregar o bebê devido a uma dívida. O casal estava na cidade desde junho, aguardando o nascimento para levar a criança para São Paulo.
A apuração também revelou que uma mulher de Manacapuru, residente em São Paulo e com histórico de facilitar adoções ilegais, auxiliou no processo. Além disso, há indícios de que o casal já havia levado outra criança em uma ocasião anterior, embora isso ainda não tenha sido confirmado. Um processo de adoção anterior envolvendo os dois foi arquivado por irregularidades na documentação e tentativa de fraude.
