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Prefeitura já avaliou 240 pacientes diagnosticados com hanseníase por meio de busca ativa

A intensificação do trabalho de busca ativa para avaliação dos contatos e resgate de pacientes que abandonaram ou estão em atraso no tratamento contra hanseníase, iniciada pela Prefeitura de Manaus, no mês de agosto, já possibilitou a avaliação de 240 contatos intradomiciliares e sociais de pacientes diagnosticados com a doença entre 2018 e 2020, assim como o monitoramento de 104 pessoas em atraso ou abandono do tratamento.

O resultado do trabalho foi apresentado na manhã desta segunda-feira, 21/9, no auditório do Complexo de Saúde Oeste, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), localizado no conjunto Santos Dumont, bairro da Paz, zona Oeste, durante reunião com representantes das áreas de Vigilância, Atenção, Monitoramento e Avaliação em Saúde da rede municipal, além dos Distritos de Saúde (Disas) Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural.

Segundo a chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, enfermeira Ingrid Simone Alves dos Santos, a pandemia da Covid-19 resultou em uma menor procura pelos serviços de saúde e, consequentemente, houve redução na notificação de casos de hanseníase, por isso foi iniciado reforço na busca ativa de pacientes e contatos intradomiciliares e sociais.

“A busca ativa continua a ser realizada por meio de visitas domiciliares ou por contato telefônico, identificando as causas do abandono e garantindo a continuidade do tratamento. Em um período de 30 dias, já houve a retomada ao tratamento de 104 pacientes. Em alguns casos, a pessoa já concluiu o tratamento, faltando apenas a avaliação final do médico para a alta do paciente”, explicou Ingrid.

A enfermeira destacou ainda que o índice de cura da hanseníase, no primeiro e no segundo quadrimestre deste ano, chegou a 95%, superando a meta de 90% para o período analisado. “Em 2019, o índice foi 94%, o maior em 17 anos de monitoramento da doença no município”, informou Ingrid.

Em relação ao exame de pele em contatos intradomiciliares e sociais do paciente, a intensificação da busca ativa resultou em um aumento de 13,29% na cobertura do município no período de 30 dias, com a detecção de três casos suspeitos e que já estão em acompanhamento para definição do diagnóstico.

“O exame dos contatos, que são as pessoas que convivem de forma prolongada e próxima da pessoa diagnosticada com hanseníase, é fundamental para avaliar a situação epidemiológica real da doença em Manaus. Além disso, permite quebrar a cadeia de transmissão, já que, com o diagnóstico, é possível iniciar o tratamento de forma precoce”, ressaltou a enfermeira.

O acompanhamento dos contatos, com o exame de pele, deve ser anual, por um período de cinco anos, considerando que a fase inicial dos sintomas ocorre entre dois a sete anos a partir da contaminação.

Monitoramento

Durante a reunião com profissionais da Semsa, também houve a apresentação de um novo sistema de informação de programação e produção, para consolidação dos dados dos casos de hanseníase.

“É um novo sistema que está em fase de implantação na Semsa e que vai permitir uma maior qualificação das informações em tempo oportuno, facilitando o monitoramento dos exames de pele, bem como o acompanhamento dos contatos intradomiciliares e sociais”, informou Ingrid.

Casos

O município de Manaus registrou este ano 58 casos novos de hanseníase, com dois casos em menores de 15 anos, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, de 21 de setembro.

A hanseníase é uma doença causada por uma bactéria chamada bacilo de Hansen e pode ser transmitida quando uma pessoa doente elimina o bacilo por meio de saliva, secreções nasais, tosse ou espirro, infectando outras pessoas, a partir de contato prolongado e próximo, o que pode ocorrer dentro de casa ou no ambiente de trabalho. É uma doença que tem cura e o tratamento medicamentoso dura de seis meses até um ano, disponível de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS).

Sintomas

A fase inicial dos sintomas da hanseníase ocorre entre dois a sete anos a partir da contaminação, e muitas vezes não são identificados pela população: manchas avermelhadas, esbranquiçada, amarronzadas; diminuição ou ausência de sensibilidade (manchas dormentes); queda ou diminuição dos pelos e ausência ou diminuição do suor, entre outros.

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