O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, disse ao jornal Valor Econômico, disse que uma reforma administrativa será anunciada na semana que vem, com corte de cargos comissionados e eliminação de secretarias. Alguns órgãos terão suas instalações remanejadas e parte das secretarias entrará em recesso, com um número restrito de servidores em atividade. Serão preservados, de acordo com ele, pastas e serviços relacionados à saúde, assistência social, saneamento e outros que sejam essenciais para o combate à pandemia.
Também deverá haver, diz o prefeito, ampla renegociação de contratos. “Não será nada linear, mas queremos chegar a uma média de corte de 25%.” Alguns contratos, diz ele, poderão ser extintos. “Queremos economizar entre R$ 3,5 bilhões a R$ 4 bilhões no ano.”
O orçamento aprovado para a prefeitura de Manaus em 2020 é de R$ 6,2 bilhões. Atrasos de salários, diz Virgílio, estão descartados. “É uma questão de honra”, declara. Mas investimentos com recursos próprios serão paralisados ou adiados. Serão mantidos apenas investimentos importantes no combate à covid-19 e os que forem financiados com recursos de operações de crédito.
De acordo com ele, as projeções da equipe técnica da prefeitura estimam perdas de 30% a 40% nas receitas municipais neste ano. “Eu trabalho com queda de 50% no ano. Até agora não houve diferença. Estamos caindo do 18o andar, passamos pelo nono, não aconteceu nada ainda. Mas vai acontecer.”
Segundo Arthur, os indicadores de saúde melhoraram depois que o Estado do Amazonas recebeu, há cerca de duas semanas, equipamentos e UTIs do Ministério da Saúde. O número total de sepultamentos, considerando todo o tipo de causa mortis, lembra ele, chegou a 167 ao dia no fim de abril. Atualmente, diz baixou para 60 a 70, mas ainda está bem acima dos cerca de 20 a 30 diários em períodos “normais”.
Arthur Neto diz que existe ainda grande subnotificação de casos de covid-19 na região. Para ele, grande parte de mortes por doenças respiratórias graves e pneumonia tende a ser pela covid- 19, embora sem diagnóstico. Até ontem à tarde Manaus estava em quarto lugar entre as cidades com maior número de mortes pelo coronavírus no país, com 756 óbitos.