*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
A Refinaria da Amazônia (Ream), antiga Refinaria de Manaus Isaac Sabbá (Reman), anunciou na última sexta-feira (12) a quarta redução seguida nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras. O mesmo ocorreu na estatal Petrobras há pelo menos duas semanas. Contudo, o preço da gasolina na cidade de Manaus continua estacionado na média de R$ 6,59 desde a volta dos impostos federais sobre os combustíveis. Na ocasião, o Governo Lula anunciou um aumento de R$ 0,34 sobre a gasolina, mas o valor do combustível nos postos da capital amazonense sofreram reajuste de R$ 1,00.
Segundo a assessoria da Ream, “os preços seguem critérios objetivos e transparentes de paridade internacional e são ajustados e divulgados aos distribuidores semanalmente”. A empresa também destaca que reduziu o preço de venda da gasolina A quatro vezes em quatro semanas.
O problema é que esta redução não chega até a bomba dos postos de combustíveis da cidade. A falta de mudança nos preços em períodos de queda, bem como o aumento exacerbado, levantam suspeitas de prática de cartel na capital amazonense há muitos anos.
Em 2019, a CPI dos Combustíveis da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) concluiu que havia indícios de cartel nos postos de Manaus, mas que seria necessária investigação policial. A relatora, deputada Alessandra Campêlo, destacou a unidade de preços em diferentes postos como uma das evidências.
Privatização
Outro fator que impactou o preço dos combustíveis no Amazonas foi a privatização da Reman, vendida pelo Governo Bolsonaro para o Grupo Atem. Dois meses após a entidade privada assumir a refinaria, a gasolina e o gás de cozinha do Amazonas se tornaram os mais caros do país. De janeiro a fevereiro de 2023, a gasolina na capital amazonense ficou 20% mais cara. Em contrapartida, o restante do país reajustou o combustível em 0,8%.
De acordo com matéria divulgada pela Folha de S. Paulo no início de fevereiro, a Atem afirma que a refinaria produz apenas 10% do volume necessário para atender o mercado local e que compra o restante da Petrobras em Coari (a 370 quilômetros de Manaus), onde a estatal tem uma base de recebimento da produção do campo de gás de Urucu.