A cidade de Porto Velho, nos últimos dias, foi tomada pela fumaça. Cerca de 40% dos focos de queimadas de Rondônia se concentram na capital. O estado registrou um aumento de 47% nos focos de queimadas entre janeiro e agosto deste ano quando comparado com o ano passado. De acordo com com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente em julho foram 836 focos de queimadas e incêndios, quase o dobro do registrado no mesmo mês de 2020.
Uma das maiores preocupações de ambientalistas, pesquisadores, indigenistas e indígenas é o impacto das queimadas e dos incêndios nas Terras Indígenas e nas Unidades de Conservação (UCs), já bastante pressionadas pelo desmatamento, pelo avanço do agronegócio e pela grilagem. O Inpe identificou 62 focos de queimadas na Terra Indígena Karipuna até essa terça-feira (24). O cacique da aldeia, André Luiz Karipuna, afirma que os indígenas sentem medo com a proximidade das queimadas. “A maioria das queimadas que tem aqui no território é feita pelos invasores de terra, os grileiros”.
Segundo Adriano Karipuna, se medidas para reduzir o avanço do desmatamento não forem tomadas, com urgência, os impactos serão graves e afetarão toda a população, não apenas a indígena. As queimadas são um sinal de uma destruição maior que está por vir.
”Nossos rios estão contaminados, nossas florestas vão se acabar. Não sei se os rondonienses percebem que de três anos para cá tem aumentado muito o calor. Em outros estados está acontecendo a mesma coisa. O que segurava o calor? Era a floresta que está diminuindo cada vez mais. Eu vejo que em menos de 5 anos a Amazônia vai virar um deserto”, alerta Adriano Karipuna.
*Com informações de Amazônia Real
