*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O porto flutuante de intermediação para navios de grande porte em Itacoatiara (distante 269 quilômetros de Manaus), vem operando provisoriamente desde o dia 12 de setembro para garantir o abastecimento do Polo Industrial de Manaus (PIM) e do comércio da capital amazonense durante o período de estiagem dos rios. Embora a previsão inicial fosse que a operação fosse temporária, ainda não há uma data definida para a desativação do porto. A continuidade da operação depende da autorização da Marinha do Brasil, que precisa atestar a navegabilidade do Rio Negro para que os navios de carga possam retornar diretamente a Manaus. A informação foi divulgada pelo portal Amazonas Atual.
A Super Terminais, operadora responsável pelo porto de Itacoatiara, no Amazonas, revelou que a desativação do píer flutuante, instalado desde setembro deste ano, depende de uma autorização da Marinha do Brasil para confirmar a navegabilidade do Rio Negro. Essa operação tem sido essencial para garantir o fluxo contínuo de mercadorias para o Polo Industrial de Manaus (PIM) e o comércio local, durante o período de estiagem dos rios, que afetou o transporte fluvial na região.
De acordo com Leonardo Queiroz, gerente de planejamento operacional da Super Terminais, o porto flutuante foi criado como alternativa ao impacto da baixa profundidade do Rio Amazonas e seus afluentes, que dificultaram o tráfego de grandes embarcações. “Desde o dia 12 de setembro, estamos operando com 12 navios, e nossa previsão é que esse número alcance 30 até o final da estiagem. Cada operação de carga e descarga entre Itacoatiara e Manaus dura cerca de 28 horas”, afirmou Queiroz.
As operações em Itacoatiara envolvem o descarregamento de contêineres de grandes navios, que depois são transportados em balsas até Manaus. “Até o momento, mais de 20 mil contêineres passaram pelo porto de Itacoatiara. Cada navio transporta em média 1.800 contêineres, e a operação pode durar de dois a três dias, dependendo da carga”, explicou o gerente de planejamento. O fluxo de mercadorias é garantido por comboios de balsas, que operam 24 horas por dia, transportando entre 80 a 90 contêineres por vez, dependendo do tamanho das embarcações.
O impacto positivo do projeto é visível não apenas na logística de transporte, mas também na economia local. Em Itacoatiara, o porto gerou empregos diretos para cerca de 150 pessoas, e em Manaus, a equipe de operações é composta por 600 funcionários. Além disso, o aumento da demanda por serviços como hospedagem e alimentação gerou receitas para o comércio local.
Investimentos significativos, que somam R$ 55 milhões, foram feitos para garantir a infraestrutura necessária para as operações. “Parte da estrutura do porto ficará em Itacoatiara após a seca, para que, se houver uma nova estiagem em 2025, possamos retomar os serviços de forma rápida e eficiente”, afirmou Queiroz. O investimento abrangeu não apenas a construção das instalações portuárias, mas também a dragagem de áreas-chave, como o Tabocal e a Enseada do Madeira, para assegurar o fluxo contínuo de mercadorias, independentemente da variação dos níveis dos rios.