*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) divulgou na segunda-feira (2) detalhes alarmantes sobre o caso envolvendo o padre Paulo Araújo da Silva, preso sob suspeita de abusar sexualmente de crianças e adolescentes na cidade de Coari (distante 363 quilômetros de Manaus). Durante uma coletiva de imprensa, o delegado José Barradas, titular da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari, revelou que mais de 200 vídeos explícitos dos abusos foram encontrados em dispositivos eletrônicos pertencentes ao padre.
Paulo Araújo foi detido em 18 de agosto, após uma jovem de 17 anos denunciar os crimes. A vítima afirmou ter sido forçada a abortar um feto gerado pelo padre, que posteriormente teria enterrado o corpo no quintal de sua residência. As gravações dos abusos, realizadas sem o consentimento das vítimas, incluem imagens de atos cometidos pelo padre com múltiplas menores, algumas das quais foram coagidas a participar de relações em grupo.
“Além de aliciar a menor, ele chamava outras menores para fazer uma relação em conjunto”, detalhou o delegado Barradas, que também indicou a possibilidade de o padre estar à frente de uma rede de pedofilia, possivelmente com a participação de outros indivíduos.
Na última sexta-feira (30), Lorena Marques, funcionária da paróquia, foi presa na zona rural de Coari, acusada de atrair as vítimas para os abusos. Lorena, uma mulher trans, enfrenta acusações de exploração sexual infantil e associação criminosa. Além dela, um homem de 34 anos foi preso sob a acusação de fornecer medicamentos abortivos ao padre e auxiliar no enterro do feto.
A Diocese de Coari emitiu um comunicado expressando repúdio a qualquer forma de abuso, oferecendo solidariedade às vítimas e suas famílias. A instituição também confirmou que tomou medidas para afastar o padre de todas as suas funções e responsabilidades dentro da Igreja Católica. Até o momento, a defesa dos acusados não se manifestou sobre as acusações.
