Nesta terça-feira (30/03), o poeta amazonense Thiago de Mello completa 95 anos e, para celebrar a data, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, reuniu artistas de diferentes segmentos para leitura do poema “Faz escuro, mas eu canto”. A homenagem está disponível nas redes sociais @culturadoam.
Segundo o secretário Marcos Apolo Muniz, a proposta conta a trajetória do poeta da floresta, com passagens sobre a saída dele do município de Barreirinha, onde passou a infância nas margens do rio Andirá, a estreia na literatura, em 1951, com o livro “Silêncio e Palavra” e a experiência do exílio durante a ditadura militar no Brasil, período que marcou a obra de Thiago de Mello.
“Em 1966, Thiago de Mello ergue a voz em ‘Faz escuro, mas eu canto’, a serviço do homem, da liberdade, e hoje, neste difícil momento que vivemos, de pandemia, traz esperança nos versos escritos pelo poeta. É um grito de força e esperança para seguirmos em frente, porque ‘amanhã é um novo dia’”, afirma o titular da pasta.
A leitura do poema tem a participação de nomes do teatro, com os atores Taciano Soares, Ana Cláudia Motta e Isabela Catão; do audiovisual, com a cineasta Danielle Nazareno; da literatura, com o escritor Jan Santos; e da música, com os cantores Miltinho Cabocrioulo, Anne Jezini e Karen Francis; e o músico e filho do poeta, Thiago Thiago de Mello.
Moacyr Massulo, que conduz a homenagem e assina roteiro e produção do vídeo, destaca que cada artista convidado gravou o vídeo em casa, recitando o poema do próprio celular.
“Já a apresentação foi desenvolvida através do nome do poema, sempre saindo do escuro e dando voz a obra do poeta, além de trazer como referência o figurino característico de Thiago de Mello: o traje todo branco”, comenta o apresentador.
Reconhecimento
O amazonense Thiago de Mello é um dos poetas mais influentes e respeitados no país, com obras traduzidas para mais de 30 idiomas.
Entre as obras de destaque está ainda “Os Estatutos do Homem”, de 1964, em que o poeta traz os valores simples da natureza humana, assim como “Narciso Cego”, de 1952; “A Lenda da Rosa”, de 1956; “Poesia comprometida com a minha e a tua vida”, de 1975; “Horóscopo para os que estão Vivos”, de 1984; “Mormaço na Floresta”, de 1984; “Num Campo de Margaridas”, de 1986; e “De uma Vez por Todas”, de 1996.