Nas histórias contadas de geração em geração, nos livros e conversas diárias ou nos veículos de comunicação, o idioma se mantém vivo. É assim também com as línguas indígenas.
A partir dessa visão, um projeto desenvolvido por Aline Moschen, doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, busca abrir espaços para que o povo Tupiniquim do Espírito Santo mantenha viva a própria língua, segundo a Agência Brasil.
O projeto vai construir um acervo digital composto pelas obras fotográficas de artistas indígenas, além de realizar debates sobre as artes indígenas e a preservação da língua.
Uma das iniciativas do projeto é um podcast, espécie de publicação em áudio na internet, como explica Aline Moschen.
Na região Norte do país, a preservação da língua ticuna, falada por mais de 30 mil pessoas, também se dá nos meios de comunicação. Na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, Otto Farias, indígena do povo Ticuna e radialista na Nacional do Alto Solimões, leva notícias para a população, tanto na língua materna, quanto em português. Ele destaca a relevância do trabalho para as diferentes populações.
Em 2010, o censo do IBGE revelou que pouco mais de 37% dos indígenas de 5 anos ou mais falavam no domicílio uma língua indígena. Ainda de acordo com o censo, são faladas 274 línguas indígenas no Brasil, em 305 povos diferentes.