*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Após um julgamento que durou 12 horas, dois policiais militares foram condenados nessa quarta-feira (9) pelo homicídio de um homem em surto psicótico, ocorrido em Manaus em 2008. A sentença estabeleceu pena de 16 anos, sete meses e 15 dias de reclusão em regime fechado para cada um dos réus. O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) anunciou que recorrerá da decisão, buscando ampliar as penas.
O crime ocorreu na madrugada de 5 de agosto de 2008, na avenida Ayrão, bairro Presidente Vargas. Segundo os autos, a vítima, em surto psicótico, foi abordada pelos policiais, que iniciaram agressões físicas após imobilizá-la e algemá-la. O laudo necroscópico confirmou que as lesões causadas foram a causa da morte.
A sentença qualificou o homicídio como torpe, motivado por vingança, pois a vítima teria amassado uma viatura policial durante o surto. A denúncia também apontou que o crime impossibilitou a defesa da vítima, devido à superioridade numérica dos agressores e ao uso de algemas.
Inicialmente, seis policiais foram denunciados, mas dois foram absolvidos por insuficiência de provas. O promotor de Justiça Thiago de Melo, que representou o MP no caso, afirmou que a decisão reforça a intolerância a abusos policiais e reafirma o compromisso do MP-AM com a defesa da vida e da sociedade.
A sessão, presidida pelo juiz Leonardo Mattedi Matarangas, incluiu depoimentos de testemunhas e interrogatórios, seguidos de debates entre acusação e defesa. A decisão do júri foi soberana, mantendo os policiais presos.