O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou, em pronunciamento nesta quarta-feira (2), que não vai mais apresentar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que um comprovante de voto na urna eletrônica seja impresso para conferência pelo eleitor. Plínio justificou a decisão pelo fato de já estar em tramitação na Câmara dos Deputados a PEC 135/2019.
Segundo ele, a medida que iria formalizar é similar a da Câmara, que está em fase mais adiantada, já tendo passado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) daquela Casa. Para o senador, é melhor apenas uma PEC tramitando para que não atrapalhe a outra.
— A grande falha da urna eletrônica é não poder ser auditada. Você não pode protestar porque não tem como comprovar nada, e com o comprovante impresso você teria. Há uma desconfiança geral — justificou Plínio.
Para o senador, a análise da PEC torna-se mais oportuna, especialmente depois que o sistema de informática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi invadido por hackers, no primeiro turno das eleições deste ano.
— Então, o que a gente quer? O eleitor vota e, na mesma hora, ele aperta uma tecla que vai mostrar em quem ele votou, no voto impresso. Até ser for muito caro, muito difícil, ele não vai levar o comprovante. O ideal seria, mas ele vai ver como votou. Quem é contra isso? O Supremo Tribunal Federal. Quem é contra isso? Pessoas que não querem aperfeiçoar a democracia, pessoas que têm medo de que o eleitor saiba em quem votou. Por que esse receio de o eleitor poder saber que votou no Manoel e apareceu o Manoel e que o seu voto não vai ser manipulado?
Plínio acredita que o direito à conferência do voto é um anseio do eleitor. Ele afirmou também que a urna eletrônica pode até ser inviolável, mas é vulnerável pelo fato de ser operada por seres humanos.