Manaus, sexta-feira 27 de junho de 2025
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Plano prevê dividir Amazônia Legal em cinco áreas de desenvolvimento

PARA 19/09/2019 METROPOLE ITUNA ITATA - Sobrevoo realizado na Terra Indígena Ituna-Itatá em setembro de 2019, na época de queimadas - Overflown by the state of Pará in 2019, it records illegal mining, illegal logging, disastrous burning, gigantic cattle fields and so on. With these images we can prove that the advance of the destruction of the Amazon only increases. Sobrevoo pelo estado do Pará em 2019, registra garimpos ilegais, extrativisto de madeira ilegal, queimadas desastrozas, campos gigantescos para gado e etc. Com essas imagens podemos provar que o avanço da destruição da Amazônia apenas aumenta. FOTO FABIO NASCIMENTO GREENPEACE

*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

Um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia Legal, que abrange 59% do território brasileiro com 772 municípios, deve olhar para sua complexidade e as diversas trajetórias de uso da terra. Pesquisadores do “Amazônia 2030”, um amplo projetos de estudos da região, propõem dividir a Amazônia em cinco macrozonas, com base na cobertura florestal remanescente. As informações são do jornal Valor Econômico.

A partir do reconhecimento das diferenças, visualizam políticas públicas de conservação, avanços sociais e estímulo à economia da floresta em pé.

“A Amazônia é um continente e as pessoas que olham para a região de longe tendem a vê-la como homogênea, o que ela não é”, diz Adalberto Veríssimo, cofundador do Imazon, um dos principais centros de pesquisa da Amazônia.

“Entender as diferenças é pré-condição para qualquer plano de desenvolvimento e conservação ter resultado”, diz ele, um dos coordenadores do “Amazônia 2030”.

O relatório “As Cinco Amazônias: bases para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal” divide a região em cinco zonas. Uma é a “Amazônia florestal”, onde há mais floresta e baixa densidade demográfica; na “Amazônia sob pressão” as taxas de desmatamento são as mais elevadas; na “Amazônia desmatada” há potencial para aumento da produtividade agropecuária e restauração.

Na “Amazônia não florestal” predomina a vegetação de Cerrado. A “Amazônia urbana” concentra 76% da população e onde há que se melhorar saneamento, moradia, mobilidade e até arborização. “Cada macroregião tem agenda distinta. Pensamos que isso pode ajudar a organizar o debate”, diz Veríssimo, que escreveu a abordagem com o economista Juliano Assunção, o outro coordenador do “Amazônia 2030”.

“Combater o desmatamento é pré-condição para o desenvolvimento econômico da Amazônia”, diz Veríssimo. “O combate do desmatamento é uma agenda econômica. É pré- requisito para se melhorar o ambiente de negócios e investimento na região.”

A “Amazônia Florestal” está principalmente no Amazonas e norte do Pará. Ocupa 39% da Amazônia Legal e é onde estão as áreas mais conservadas. O desmatamento só afetou 4% e 96% da macroregião tem floresta em pé. “Aqui o esforço é não permitir desmatamento e pensar em bioeconomia, serviços ambientais, mercado de carbono, produtos não-madeireiros como açaí e castanha”, diz. “O desafio nessa região é de infraestrutura, que tem que ser baseada nos rios. Temos a maior bacia fluvial do planeta, quase totalmente navegável e perene. Tem que se melhorar o transporte fluvial e colocar internet banda larga, para permitir que as populações consigam se comunicar com o mercado”, sugere.

A estratégia na “Amazônia Florestal sob pressão” é outra – ali o desmatamento já atingiu 19% do território, que responde por 29% da Amazônia Legal.

“Tem muita floresta, mas a estamos perdendo rápido para a grilagem, garimpo, exploração ilegal de madeira”, diz. São duas agendas na região: de combate ao desmatamento com comando, controle e fiscalização intensiva, criar unidades de conservação e combater a grilagem. “Aqui é o coração da grilagem. É preciso evitar mudanças no marco legal das terras com projetos que irão anistiar grileiros”, sugere.

Na “Amazônia desmatada” (11% do território da AL e 66% já desmatado) existem 34% de florestas, que têm que ser protegidas. “É uma região com muitas áreas privadas e de ocupação antiga. É importante aqui priorizar a regularização fundiária respeitando o rito legal. Assim vai se atrair, por exemplo, a restauração florestal.”

“É uma área importante para melhorar a infraestrutura porque já se tem nessa região muitos troncos rodoviários importantes como a Belém-Brasília e a Cuiabá-Porto Velho e milhares de quilômetros de estradas vicinais e rodovias secundárias. É preciso melhorar a qualidade dessa infraestrutura. Aqui, nessa região, faz sentido. Não faz sentido fazer o asfaltamento da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, e pegaria o coração da Amazônia Florestal. Ali não faz sentido nenhum”, diz.

A Amazônia do Cerrado corresponde à região da produção de soja. “Aqui é respeitar o Código Florestal e recuperar terras abandonadas” diz. Por fim, é nas cidades que vivem 76% das pessoas da Amazônia – é preciso boa internet, coleta de lixo, rede de esgoto, mobilidade, arborização, qualificar mão de obra, saúde e educação.

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