*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta quinta-feira (17), o projeto de lei que altera significativamente as regras do licenciamento ambiental, conhecido como “PL da Devastação”. A proposta, que estabelece exceções em licenças para obras consideradas estratégicas e simplifica autorizações, por meio de simples declarações de compromisso, recebeu 267 votos, sendo seis de deputados do Amazonas, e segue agora para a análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidirá entre a sanção ou o veto.
Chama a atenção a posição da bancada amazonense, com seis deputados do Amazonas votando a favor do projeto sendo eles: Capitão Alberto Neto (PL), Fausto Jr (União Brasil), Adail Filho (Republicanos), Átila Lins (PSD), Silas Câmara (Republicanos) e Sidney Leite (PSD). O único a votar contra o PL foi o deputado federal Amom Mandel (Cidadania). Já o deputado Pauderney (União) esteve ausente na votação.
A sessão que culminou na aprovação do PL foi marcada por um tenso bate-boca entre a deputada federal Célia Xakriabá (PSol-MG) e o deputado Kim Kataguiri (União-SP). A discussão se intensificou a ponto de o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ter de acionar a polícia legislativa para “restabelecer a ordem” no plenário.
O embate verbal teve início quando Kim Kataguiri utilizou o termo “tribos” para se referir às comunidades indígenas, em um contexto sobre supostos benefícios da Usina de Belo Monte. Em resposta, a deputada indígena Célia Xakriabá chamou o parlamentar de “deputado estrangeiro e reborn”. A réplica de Kataguiri veio em seguida, quando ele se referiu a Xakriabá como “cosplay” (termo que se refere a pessoas, que se fantasiam de personagens).
“Quero dizer aqui que estrangeiro, e ali próximo de onde estão meus ancestrais, é o pavão, que é um animal lá da Ásia. Não tem nada a ver com tribo indígena aqui no Brasil, mas tem gente que parece que gosta de fazer cosplay”, declarou Kim Kataguiri. A deputada, que utilizava um cocar com penas de pavão, defendeu o adorno como sagrado pelo povo Fulni-ô e exigiu respeito. “Isso é um racismo televisionado”, afirmou Célia Xakriabá, intensificando a crítica ao colega parlamentar.
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