Pirarucu está entre os 13 alimentos brasileiros em risco de extinção; confira lista
*Da Redação Dia a Dia Notícia
O pirarucu, um dos maiores peixes de água doce, está entre os 13 alimentos brasileiros em risco de extinção. O fenômeno global de padronização alimentar, busca por praticidade e por preços acessíveis tem aberto espaço para produtos industrializados, fazendo com sabores antigos e preparações artesanais se percam.
O movimento Slow Food Internacional criou a Arca do Gosto, para ajudar a resgatar ingredientes e apresentar comida ainda desconhecida.
Além da ameaça de extinção de determinadas espécies por desmatamentos, pesca predatória, queimadas, urbanização, observa-se a displicência com ensinamentos ancestrais, resultando na redução do consumo de diversas preparações e no abandono do legado culinário.
Confira 13 alimentos brasileiros em risco:
1. Batata-doce roxa
Seu cultivo restrito torna o alimento difícil de ser encontrado. É provedora de potássio, mineral indispensável no combate às câimbras, e é fonte de carboidrato, nutriente sinônimo de energia. Para completar, sua coloração denuncia a presença de antocianinas, pigmentos antioxidantes que resguardam as artérias.
2. Pitanga
Seu nome vem da língua tupi-guarani e significa vermelha. Tem essa cor por obra de uma família de pigmentos chamada carotenoides, aliados da saúde dos olhos, entre outros atributos.
Embora pitangueiras ainda enfeitem quintais pelo país, o desenho de muitas cidades se transformou e a urbanização reduziu o espaço para essas árvores. A delicadeza do fruto pode ser empecilho para transportá-lo, o que impede sua chegada em locais mais distantes da área de cultivo.
3. Queijo de canastra
Considerado um tesouro mineiro, esse produto artesanal vem das cidades da Serra da Canastra e coleciona prêmios internacionais. E, junto do polvilho, serve de matéria-prima para o legítimo pão-de-queijo. Um dos desafios para manter a receita e toda a sua tradição é adequar a fabricação às normas sanitárias, já que é feito com leite cru.
4. Pinhão
A semente da araucária, rica em carboidrato, cai bem em pratos doces e salgados, mas vem dos tempos pré-colombianos a maneira mais tradicional de saboreá-la e que ganhou o apelido de “sapecada”. Nesse método, é torrada em meio às brasas de grimpas, isto é, dos ramos secos da árvore.
A busca desenfreada pela madeira dessa espécie, de altíssima qualidade, levou as florestas de araucárias à beira da extinção. Essa ameaça desencadeou ações, entre as quais a proibição do corte e ainda o plantio desses pinheiros em divisas de propriedades rurais.
5. Pimenta rosa
Apesar de certa semelhança com a pimenta-do-reino, elas não têm parentesco. A pimenta-rosa é conhecida popularmente como aroeira e cresce naturalmente em diversos locais do Brasil, sobretudo na região da Mata Atlântica, daí a importância de protegê-la de ameaças como desmatamento e queimadas e incentivar o extrativismo sustentável. Rica em substâncias antioxidantes, as sementes, quando moídas, dão um toque especial em receitas com pescados. Povos originários fazem uso medicinal dos grãozinhos, pelas propriedades cicatrizantes.
6. Castanha de Baru
Considerado um dos símbolos do cerrado, o baruzeiro oferece uma castanha que esbanja nutrientes. Rica em ferro e zinco, dupla que atua no combate à anemia, ela ainda concentra proteína. Pelo sabor parecido com o do amendoim, serve como matéria-prima da paçoca e do pé-de-moleque, entre outras delícias das quituteiras goianas. Mas, como é espécie nativa de uma das regiões mais debeladas pelo desmatamento, requer práticas sustentáveis para não sumir do mapa.
7. Palmito juçara
Ele é retirado do caule de uma palmeira nativa da Mata Atlântica. A má notícia é que o extrativismo clandestino resultou no quase esgotamento de suas reservas. Ao contrário de outras espécies, caso da pupunha e do açaizeiro, que têm a capacidade de rebrotar, a juçara morre depois de cortada. Portanto, não tem a chance da regeneração.
8. Pequi
Apelidado de “ouro do cerrado” o fruto do pequizeiro incrementa o arroz com seu colorido, aroma e sabor em uma das combinações mais apreciadas por goianos e mineiros. Oferece ainda diversos nutrientes, inclusive uma gordura de ação anti-inflamatória. Embora esteja em área que sofre com a degradação do meio ambiente, há gente trabalhando para não deixar faltar.
9. Ora-pro-nóbis
Uma das mais consagradas e nutritivas representantes das PANC (plantas alimentícias não-convencionais). Oferece vitaminas, sais minerais e um bom teor proteico. Ainda que haja um movimento pela sua valorização culinária, a espécie segue sendo utilizada como cerca viva em várias cidades. Inclusive, antigamente, as igrejas mineiras contavam com essa proteção natural e muita gente devorava o vegetal durante as missas.
10. Goiabada cascão
Devido ao trabalho para ser preparada, em desaparecido das cozinhas e das vendas do país. Ante a correria do cotidiano, muita gente opta pela praticidade da versão industrializa. Perdem-se, assim, as sutilezas de sabor e textura do doce feito no tacho de cobre, em fogão de lenha, e com gosto da culinária caipira, sobretudo, das Minas Gerais.
11. Cajuína
A bebida cristalina é Patrimônio Cultural Brasileiro, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para o preparo da Cajuína, há que ter uma dose extra de paciência, requer cocção e filtragem para a retirada dos taninos – compostos que amarram a boca. O resultado é um líquido dourado, saboroso, refrescante e sem nenhum aditivo. E que concentra substâncias benéficas. Lamentavelmente, tem sido trocado por refrigerantes e outras bebidas baratas e que carecem de nutrientes.
12. Pirarucu
Esse peixe gigante dos rios amazônicos pode pesar mais de 200 quilos e ultrapassar dois metros. Sua carne rosada rende filés altos que ficam perfeitos em caldeiradas, assados e tantas outras receitas.
Além de entregar proteína da melhor qualidade, fornece vitamina A, que é essencial ao sistema imune. Para evitar sua extinção, há leis proibindo a pesca em período de reprodução. Orientar as comunidades ribeirinhas sobre a importância da preservação também é uma das principais estratégias de defesa.
13. Sequilho
Também chamado de bolinho de goma, essa delicada iguaria integra festas religiosas no nordeste. Nos últimos anos, segundo informações da Arca, os costumes que envolvem sua preparação vêm desaparecendo.
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