*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A Polícia Federal (PF) investiga o suposto envolvimento do atacante do Flamengo Bruno Henrique em um esquema de apostas em corridas de cavalos, com participação também de seu irmão.
Conforme informações obtidas junto a investigadores da PF, os indícios preliminares apontam que o atleta e o irmão apostavam em turfe — modalidade que promove e incentiva corridas de cavalo, considerada uma das formas mais tradicionais de corrida no mundo. No entanto, esse tipo de aposta não é autorizada no Brasil.
Em mensagens periciadas no celular do irmão do jogador — já que parte das conversas foi apagada por Bruno Henrique no próprio aparelho —, a PF encontrou trechos em que o atacante pede “10 conto” (R$ 10 mil) via Pix a Wander Nunes Pinto Júnior, seu irmão.
Wander, nas mensagens, diz que pode ajudar, mas Bruno Henrique logo demonstra receio. “Você não pode ser. Temos nomes igual”, diz o atacante. O irmão responde: “Vai dar ruim? O que era?”. Bruno então esclarece: “Vai. Negócio de aposta aqui”. A conversa segue, e o jogador completa: “Parada de cavalo”.
Segundo norma do Ministério da Fazenda, regulamentada no fim de 2024, provas de velocidade com cavalos só são autorizadas quando não se referem a corridas promovidas por clubes de jóquei — conhecidas como turfe —, justamente onde o jogador teria apostado com o irmão.
Levantamento mostra que poucas casas de apostas no país oferecem esse tipo específico de aposta. Em geral, as plataformas disponíveis são voltadas apenas para vaquejadas — modalidade que, ao contrário do turfe, tem autorização do governo federal.
Denúncia
O atleta foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pelos crimes de manipulação de resultado esportivo, estelionato consumado em coautoria e tentativa de estelionato em coautoria (duas vezes). De acordo com promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Bruno Henrique foi incentivado pelo irmão a forçar o cartão amarelo.
Os promotores relatam que, após ser avisado por Bruno Henrique de que receberia o amarelo, Wander Nunes comunicou a informação a familiares — segundo a PF, o último contato do atacante foi uma ligação com o irmão às vésperas da partida. Um dos amigos de Wander disseminou a informação para um núcleo de apostadores, que então fizeram apostas específicas no cartão amarelo do jogador — o que, de fato, ocorreu.
*Com informações do Metrópoles