*Da Redação Dia a Dia Notícia
Investigadores da Polícia Federal no Amazonas instauraram procedimento para apurar as denúncias de agressões sofridas por brasileiros deportados dos Estados Unidos. A investigação será encaminhada para o departamento americano responsável pelo controle de imigração e para órgãos internacionais de cooperação. As informações são do g1.
Na noite da sexta-feira (24), chegou o primeiro voo de brasileiros deportados depois da posse de Donald Trump como presidente americano. A viagem partiu do estado americano da Louisiana, parou no Panamá e depois seguiu para Manaus, onde reabasteceria para partir ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.
Porém, na capital amazonense, houve um desentendimento entre passageiros e a tripulação por problemas no ar condicionado da aeronave, fretado pelo governo americano.
“Todo mundo com falta de ar, criança passando mal, idoso passando mal, mulheres passando mal, e a gente decidiu abrir as portas de emergência, porque estava tudo fechado”, relatou um dos deportados, identificado como Kaleb Barbosa Maia.
Cerca de 88 brasileiros estavam no voo, e muitos deles relataram agressões por parte dos agentes americanos ao longo de todo o processo de deportação. Disseram que precisaram usar algemas e correntes durante o voo e que não receberam alimento.
A Polícia Federal determinou que as algemas e correntes fossem retiradas, porém os oficiais americanos queriam esperar outro avião chegar dos EUA para algemar os brasileiros novamente para a última parte da viagem.
Contudo, o governo brasileiro determinou que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) transportasse os brasileiros sem algemas e em condições mais seguras.
Os voos de deportação fazem parte de um acordo bilateral sobre deportação assinado entre os dois países, no ano de 2018. Segundo o Itamaraty, o objetivo é abreviar o tempo de permanência de brasileiros presos por imigração irregular em centros de detenção americanos.
O governo brasileiro vai pedir explicações da Casa Branca sobre as denúncias do deportados. Em nota divulgada no domingo (26), o Ministério das Relações Exteriores declarou que “o governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas”.