Em Manaus, a Polícia Federal está investigando a entrada de haitianos com falso documento de residência no Brasil. De acordo com a polícia, eles chegaram há cerca de dois meses na cidade, em um avião fretado.
O último voo fretado chegou à capital do Amazonas trazendo 80 pessoas, vindas de Porto Príncipe, no Haiti. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Ricardo Raposo, as condições do voo intrigou agentes da Polícia Federal.
“O primeiro momento foi o fato de ser um voo fretado, diferente de qualquer situação anterior, de uma companhia aérea do Suriname que não opera aqui em Manaus e com pessoas que em tese, estavam com documento de residente, mas não tinha ninguém com visto”, conta.
Ainda, segundo a PF, assim que chegaram em Manaus, os passageiros haitianos apresentaram um documento falso de residência no Brasil, sem nunca terem estado no país antes.
O documento só pode ser emitido pela Polícia Federal do Brasil. Os imigrantes só puderam permanecer em solo brasileiro após demonstrarem intenção de pedir refúgio.
“O que o cidadão haitiano que vem deve possuir é um visto e não um documento de residente, que ele só vai ter após aterrissar no Brasil. Então eles meio que já tentaram vir com um documento, como se fossem residentes, mas não era o caso deles. A rigor, quando um migrante tenta ingressar no país, a documentação básica para ingresso, no caso do haitiano, é um passaporte com visto. Isso seria um procedimento padrão”, explica.
Os estrangeiros tiveram que ficar 24 horas no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes para esclarecimentos e avaliação sanitária. Dentre eles, duas pessoas testaram positivo para Covid. Elas ficaram isoladas em quarentena e se recuperaram.
A companhia aérea do Suriname que transportou os haitianos até Manaus foi multada em R$ 80 mil e já denunciou outras tentativas de voos fretados à PF. Ricardo Raposo afirma, ainda, que a procedência dos passaportes também será investigada.
“Não posso dizer que houve tráfico de pessoas porque isso está sendo investigado ainda, o que há é que houve uma organização para trazer todo esse contingente de cidadãos haitianos para o Brasil com a documentação falsa. Alguém fez os documentos, alguém comprou, alguém fretou uma aeronave, um jato, para vir do Haiti para o Brasil, essa parte está sendo investigada”, disse Raposo.
Os 80 passageiros já estão em situação legalizada no país. Segundo o delegado, foi instaurado um inquérito policial, que está na fase de investigação.