*Da Redação Dia a Dia Notícia
Na manhã desta quarta-feira (20), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em uma unidade do Supermercado Nova Era, na avenida Torquato Tapajós, durante a operação intitulada ‘Emboabas’, realizada para desarticular um esquema de extração ilegal de ouro em terras indígenas e leitos de rios com uso de dragas. Também foi deferida ordem de sequestro de bens no montante total de mais de R$ 5,7 bilhões.
Os agentes da PF passaram quase cerca de duas horas no estabelecimento e saíram com malotes de documentos e aparelhos eletrônicos que serão levados para a sede do órgão.
“E por meio de fraude, declara que o ouro foi extraído em permissões de lavra garimpeira (PLG) regularmente constituídas”, afirmou a PF.
Além de Manaus, foram cumpridos mandados de prisão e buscas em Anapólis (GO), Ilha Solteira (SP), Uberlândia (MG), Areia Branca (RN), Ourilândia do Norte (PA), Tucumã (PA) e Santa Maria das Barreiras (PA).
No Amazonas, a PF identificou indícios de contrabando de ouro para a Europa após prisão em flagrante de uma pessoa que transportava 35 kg de ouro, e pretendia entregar a dois norte-americanos, sócios de uma empresa em Nova Iorque.
A investigação revelou que a organização criminosa adquire ouro de terras indígenas e leitos de rios com uso de dragas e, por meio de fraude, declara que o ouro foi extraído em permissões de lavra garimpeira (PLG) regularmente constituídas.
Também foi identificado que o alvo principal realiza o esquentamento do ouro através de um austríaco que se naturalizou brasileiro e afirma ter mais de mais R$ 20 bilhões em barras de ouro em um suposto país independente criado pelo próprio investigado.
Os investigados responderão pelos crimes de usurpação de bens da União, organização criminosa, lavagem de dinheiro, extração ilegal do ouro, contrabando, falsidade ideológica, receptação qualificada e outros tipos penais.
Roraima
A Polícia Federal informou que deflagrou na manhã de hoje (20/9) a operação Eldorado, com o objetivo de prender suspeitos de liderarem um esquema de contrabando e venda de ouro extraído de garimpos ilegais que teria movimentado quase 6 bilhões de reais.
São cumpridos 2 mandados de prisão preventiva e 40 de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Goiás e Distrito Federal, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Boa Vista-RR.
O esquema envolveria o contrabando de ouro venezuelano, o qual entraria clandestinamente no Brasil como pagamento pela exportação de alimentos por mercados de Roraima e do Amazonas.
Transportadoras contratadas esconderiam no interior de caminhões o ouro contrabandeado, que entrariam em Roraima sem os procedimentos necessários e pagamento de tributos.
Posteriormente, o minério seria comprado por outros integrantes do esquema e enviado para empresas atuantes no ramo de exploração de minério aurífero, responsáveis por concretizar o pagamento aos supermercados e às distribuidoras de alimentos.
Segundo o inquérito, os principais investigados desse esquema também teriam envolvimento com a exploração clandestina do minério em Terras Indígenas Yanomami, e em garimpos espalhados em outros estados.
Além dos mandados de prisão e buscas, a Justiça também determinou a indisponibilidade de ativos financeiros, veículos e aeronaves dos investigados.
Goiás
Em Goiás, a Polícia Federal informou que deflagrou nesta quarta-feira (20/09) a Operação Lupi, dando seguimento às investigações que tem por objetivo esclarecer a atuação de organização criminosa dedicada à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro extraído de reservas indígenas e unidades de conservação federal, bem como a lavagem do dinheiro, bens e ativos de origem ilícita.
A Operação Lupi é decorrente das investigações realizadas na Operação Kukuanaland e na Operação Bullion, deflagradas em fevereiro e maio deste ano pela Polícia Federal.
Nesta etapa, cinco mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva expedidos pela Vara Única Justiça Federal – Subseção Judiciária de Gurupi/TO são cumpridos por policiais federais em Anápolis/GO e Manaus/AM.
Durante o inquérito policial, a Polícia Federal identificou a possível existência de grupo criminoso, cujo modo de agir passa pelas seguintes atividades ilegais: extração do minério em áreas proibidas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e subsequentes transporte, comercialização e exportação do ouro ilegal.
A polícia investiga a hipótese de que o ouro extraído ilegalmente de reservas indígenas e unidades de conservação federal vinha sendo “esquentado”, mediante documentos ideologicamente falsos, nos quais o grupo declarava origem diversa da real, como se o metal tivesse sido extraído de área autorizada.
A partir das medidas judiciais executadas na data de hoje, a Polícia Federal pretende identificar os principais envolvidos na exportação do ouro ilegal, demais integrantes da organização criminosa, recuperar ativos financeiros e estancar atuação do grupo.
Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes contra a ordem econômica – usurpação; pesquisa/lavra/extração de recursos minerais sem autorização/permissão/concessão ou licença; lavagem de bens, dinheiro e ativos; falsidade ideológica, receptação e organização criminosa, cujas penas somadas, podem chegar a vinte e nove anos de reclusão.
O nome Lupi vem do latim e significa “lobos”, tendo em vista que os suspeitos se comunicavam por aplicativo de mensagem em um grupo denominado “Wolf”, que é lobo em inglês.