*Victória Cavalcante – Dia a Dia Notícia
Após os restos mortais do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos no último dia 05, serem encontrados no Vale do Javari, na Amazônia, a Polícia Federal (PF) afirmou nesta sexta-feira (18), que não há indícios de que os assassinatos tenham ocorrido por ordem de mandantes, ou que uma organização criminosa tenha influenciado o crime.
“As investigações também apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”, anunciou a PF em nota.
A corporação declarou ainda que as investigações indicam que outros suspeitos podem estar envolvidas no caso, e que novas prisões devem ocorrer, conforme for se comprovando os fatos.
Ainda segundo a nota, as buscas pela embarcação da dupla, que teria sido afundada por Amarildo da Costa Oliveira, vulgo ‘Pelado’, que confessou o assassinato dos dois, continuam nesta sexta-feira (17), com apoio dos indígenas da região e dos integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).
Os restos mortais das vítimas foram encontrados na quinta-feira (16) e levados para o Aeroporto de Brasília, onde o material foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística, onde passam por perícia para confirmação das identidades.
Posicionamento da Unijava
Apesar do pronunciamento oficial da PF à imprensa, a Unijava rebateu a nota divulgada pelo órgão e afirmou que o mesmo sabia da existência de ameaças de um grupo criminoso organizado responsável por invasões à Terra Indígena Vale do Javari, por meio de denúncias ao MPF, à Fundação Nacional do Índio (Funai) e à PF.
“O requinte de crueldade utilizado na prática do crime evidencia que Pereira e Phillips estavam no caminho de uma poderosa organização criminosa que tentou à todo custo ocultar seus rastros durante a investigação”, destacou a Univaja.
“Com esse posicionamento, a PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela UNIVAJA em inúmeros ofícios, desde o segundo semestre de 2021, período de implementação da EVU. Tais documentos apontam a existência de um grupo criminoso organizado atuando nas invasões constantes à Terra Indígena Vale do Javari, do qual Pelado e Do Santo fazem parte”, declarou a entidade em nota.