A Polícia Federal informou, na tarde desta sexta-feira (10), que abriu um inquérito para investigar o ataque aos sistemas do Ministério da Saúde. O incidente deixou uma série de serviços da pasta indisponíveis, como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital.
De acordo com a PF, uma equipe do Núcleo de Operações de Inteligência Cibernética da corporação está analisando o caso. A investigação vai apurar os seguintes crimes: invasão de dispositivo informático; interrupção ou perturbação de serviço informático, telemático ou de utilidade pública; e associação criminosa. A pena vai de dois a cinco anos de prisão e multa.
“Uma equipe da Polícia Federal do Núcleo de Operações de Inteligência Cibernética se deslocou para o ‘data center’ do Ministério da Saúde (DATASUS), onde foram procedidas as primeiras análises periciais para a investigação policial. Foi constatado que os bancos de dados de sistemas do Ministério da Saúde não foram criptografados pelos hackers”, informou a PF.
A prática da criptografia é utilizada para proteger informações e deixá-las ilegíveis, impedindo o acesso de terceiros. Segundo a Polícia Federal, o processo não foi realizado pelos hackers que invadiram o sistema do governo federal.
Ataque na madrugada
O ataque hacker aos sistemas do governo federal ocorreu durante a madrugada desta sexta-feira e teria “sequestrado” cerca de 50 terabytes de dados relacionados à pasta. A organização Lapsus$ Group assumiu a autoria da invasão, de acordo com a mensagem deixada no site.
Em nota oficial, o órgão informou que uma série de sistemas foram afetados: e-SUS Notifica (sistema de notificação de casos de Covid), Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), ConecteSUS e funcionalidades, como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital, que estão indisponíveis no momento.
A invasão foi definida pelos próprios hackers como “ransomware”, quando o conteúdo é “sequestrado” e cobra-se um valor, em dinheiro ou bitcoin (moeda virtual), para a devolução do material. Às 7h, a página do ministério voltou a ser acessada.
*Com informações do Metrópoles