O brasileiro tem feito menos sexo, com a vontade de transar lá em baixo e consumindo cada vez menos pornografia. É o que uma pesquisa realizada pela Datafolha e encomendada pela plataforma Omens revelou.
Para cerca de 30% dos entrevistados, a frequência do sexo se manteve igual durante a pandemia. E para menos de um quinto, o número de relações aumentou. O motivo apontado é o cenário preocupante durante e pós a crise sanitária.
De acordo com o urologista João Brunhara, da Omens, o mesmo foi observado em outros países: “As pessoas perderam libido e frequência de relações com a chegada da pandemia”, apontou.
Menos sexo, mais pensamento sexual
Mas, nem tudo foi broxante. Enquanto a frequência sexual diminuiu, a pesquisa também apontou para o aumento de pensamentos sexuais entre os homens: “Possivelmente isso ocorreu em resposta a uma possibilidade menor de ter relações de fato”, sugere João. De acordo com a especialista em sexologia Michelle Sampaio, o aumento dos pensamentos sexuais ocorre quando a pessoa está menos exposta as relações sexuais em si. “Outro ponto que pode corroborar com isto é o fato dos homens ainda terem um maior consumo de pornografia do que as mulheres, como a própria pesquisa apontou”.
A pandemia brochou?
De acordo com os especialistas, a pandemia foi responsável pela diminuição da libido. Michelle ressalta que fatores emocionais podem contribuir na diminuição do desejo sexual: “Outras pesquisas levantaram um aumento de sintomas de ansiedade, stress e depressão na população devido ao isolamento social, tantas mortes e a pandemia em si”.
Menos pornografia
Outro dado da pesquisa é a redução do consumo de pornografia. De acordo com João, esse dado pode ser reflexo de uma redução da libido que também foi verificada em outros países.
Para Michelle a preocupação com a pandemia pode ser responsável pela falta de interesse no consumo desse tipo de conteúdo. Mas, apesar dos dados da pesquisa, a sexóloga viu crescer na prática clínica, o aumento do consumo de pornografia devido à diminuição no números de encontros para relações sexuais.
Preocupação é inimiga do tesão
Quando estamos estressados, várias alterações hormonais podem acontecer e prejudicar a libido. “A queda da testosterona acaba diminuindo a libido em homens e mulheres. Além disso, o aumento da adrenalina corta a ereção nos homens e nas mulheres dificulta a lubrificação vaginal”, esclarece João.
A sexóloga reforça que além dessa resposta fisiológica, em situação de estresse e preocupação o pensamento fica voltado para a resolução de problemas, ou seja, desviado daquilo que pode ser prazeroso e longe de pensamentos mais eróticos.
Pensamento no sexo
Por fim, Michelle lembra que o desejo sexual muitas vezes é responsivo: “Se estivermos só pensando em problemas, a vontade pode não aparecer”, indica. Ou seja, tentar driblar essas ideias pode ser um caminho para retomar o desejo.