Manaus, quinta-feira 12 de junho de 2025
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Pesquisa identifica pegadas de dinossauros em rochas no MS 

Uma extensa pesquisa de campo realizada por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na região da cidade de Nioaque, no Mato Grosso do Sul, revelou a presença de pegadas fósseis de dinossauros em rochas que já foram a margem de um imenso ambiente desértico. Além das pegadas, os pesquisadores coletaram fósseis de um pequeno invertebrado identificados em uma paleotoca, que é uma espécie de toca cavada por animais extintos que viviam em parte em abrigos subterrâneos. Os resultados do estudo foram publicados nesta semana no Journal of South American Earth Sciences, um periódico científico dedicado às ciências da terra.

 

A pesquisa foi realizada pelos paleontólogos Rafael Costa da Silva, que é do Museu de Ciências da Terra (MCTer) do Serviço Geológico do Brasil, Maria Izabel Lima de Manes e Sandro Marcelo Scheffler, ambos do Museu Nacional da UFRJ. De acordo com os pesquisadores, foram identificadas pegadas e trilhas de dinossauros terópodes (carnívoros) e ornitópodes (herbívoros), duas espécies que não são conhecidas. O tamanho dos animais, calculado a partir das pegadas, variava de um até seis metros de comprimento.

Em relação à paleotoca, os pesquisadores relataram que foi escavada por um pequeno vertebrado, possivelmente um mamífero. Os fósseis coletados na etapa de campo estão depositados no MCTer, situado na Urca, no Rio de Janeiro.

A maioria dos sítios paleontológicos estudados estão localizados nas margens do rio Nioaque e o difícil acesso foi feito pelos pesquisadores por meio de barcos e caiaques. Um dos sítios já era conhecido e integra a proposta do Geoparque Bodoquena-Pantanal.

Sítio paleontológico nas margens do rio Nioaque, no Mato Grosso do Sul. Foto: Rafael Costa da Silva (Museu de Ciências da Terra)
Sítio paleontológico nas margens do rio Nioaque, no Mato Grosso do Sul. Foto: Rafael Costa da Silva (Museu de Ciências da Terra)

 

As rochas dessa região eram até então consideradas de origem glacial, com idade de 300 milhões de anos. Conforme demonstrou o estudo, essas rochas foram formadas por um antigo sistema de rios que margeava um deserto de dunas, semelhante ao Saara, do tempo dos dinossauros. Esse deserto é representado pelos arenitos conhecidos como “Formação Botucatu”, descrito pela primeira vez na cidade homônima e com idade de cerca de 140 milhões de anos (período Cretáceo). Com o passar do tempo, esses rios secaram e foram substituídos pelo grande deserto, que chegou a cobrir uma ampla área entre o Uruguai e o Mato Grosso do Sul.

O estudo contou com apoio logístico da Prefeitura Municipal de Nioaque e os resultados podem ser acessados por meio do artigo científico disponível no link https://authors.elsevier.com/c/1cza03BkFSSLc7.

Confira imagens do estudo:

Modelo digital e foto de uma pegada fóssil de um pequeno dinossauro herbívoro. Imagens: Rafael Costa da Silva (Museu de Ciências da Terra)

Modelo digital e foto de uma pegada fóssil de um pequeno dinossauro herbívoro. Imagens: Rafael Costa da Silva (Museu de Ciências da Terra)

Foto e modelo digital de uma paleotoca de um possível mamífero do Cretáceo. Imagens: Rafael Costa da Silva (Museu de Ciências da Terra)

Foto e modelo digital de uma paleotoca de um possível mamífero do Cretáceo. Imagens: Rafael Costa da Silva (Museu de Ciências da Terra)

Comparação do tamanho dos dinossauros do Mato Grosso do Sul, calculado a partir das pegadas. Ilustração: Rafael Costa da Silva (Museu de Ciências da Terra)

Comparação do tamanho dos dinossauros do Mato Grosso do Sul, calculado a partir das pegadas. Ilustração: Rafael Costa da Silva (Museu de Ciências da Terra)

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