*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Um levantamento nacional realizado pela Associação dos Negócios de Sócio-Bioeconomia da Amazônia (Assobio) revela que grande parte dos brasileiros ainda desconhece a Amazônia e mantém uma relação distante com a região, apesar de sua importância ambiental e social para o país. A pesquisa “O que o Brasil Pensa da Amazônia”, conduzida entre junho e agosto de 2025, mostra que 65% dos entrevistados afirmam ter pouco ou nenhum conhecimento sobre o território amazônico.
A falta de familiaridade é atribuída principalmente ao fato de a maioria nunca ter visitado a região (72%) e só acompanhar notícias quando o tema ganha destaque na mídia (65%). Outros fatores citados são a pouca exposição a produtos amazônicos (28%) e o interesse limitado pelo assunto (29%). Em contrapartida, 35% dizem conhecer a Amazônia, em geral por meio de conteúdos sobre natureza, cultura, documentários e séries.
Visão baseada em estereótipos
O estudo aponta que a percepção nacional sobre a Amazônia ainda é moldada por estereótipos. Nove em cada dez entrevistados associam a região exclusivamente a povos indígenas e comunidades tradicionais, enquanto 79% a veem como um território místico e folclórico. Para 74%, o local carece de infraestrutura, embora dados mencionados na pesquisa indiquem que 76% da população da Amazônia Legal vive hoje em áreas urbanas. Mesmo assim, apenas 35% reconhecem a existência de grandes cidades na região.
A preocupação ambiental também aparece com força: 56% concordam totalmente que a floresta está sendo destruída, sentimento acompanhado por medo, tristeza e impotência. Além disso, 55% afirmam que a Amazônia funciona como “pulmão do mundo”, reforçando a percepção de sua importância climática global.
Consumo e confiança em produtos amazônicos
O interesse pelos produtos da região existe, mas o consumo ainda é limitado. Entre os entrevistados, 54% dizem não encontrar esses itens onde vivem, 34% afirmam não saber identificá-los e 28% não conhecem nenhum produto amazônico. Há também desconfiança: 24% duvidam do destino da renda gerada e 18% questionam se os itens vendidos são realmente de origem amazônica.
Para ampliar a confiança, 84% consideram essenciais selos e certificações que comprovem a origem e a responsabilidade socioambiental. Benefícios a comunidades locais e garantia de procedência aparecem como fatores decisivos para o consumidor (56%).
Bioeconomia ainda é pouco compreendida
O conceito de bioeconomia também se mostra distante da maior parte da população. Apenas 34% dizem conhecer o termo, enquanto 7% nunca ouviram falar. Entre os que já tiveram contato com a expressão, “sustentabilidade” (50%), geração de renda (35%) e uso consciente de resíduos (17%) foram os significados mais associados.
Mesmo sem domínio sobre o tema, o público acredita na possibilidade de conciliar progresso e conservação: 68% avaliam que incentivar o consumo de produtos amazônicos é positivo, e 82% defendem que é possível desenvolver a região sem destruir a floresta.
