*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
O pastor e ex-deputado federal Josué Bengston (PTB-PA) voltou a ter seu nome circulando na imprensa após um avião da Igreja Quadrangular do Pará, a qual ele lidera, ser apreendido com 230 kg de drogas do tipo skunk. Contudo, não é a primeira vez que ele se envolve em polêmicas com aeronaves. Em 2020, o tio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) viralizou após dizer, durante um culto, que não voaria em um avião cujo piloto tenha entrado na universidade por meio de cotas raciais.
“Eu não voaria em um avião que o piloto entrou por cota. É por isso que de vez em quando cai um avião. Em 99% [dos casos] a culpa é do piloto. Ele errou alguma coisa”, declarou.
Josué Bengston chegou a empregar Damares Alves em seu gabinete no final dos anos 1990, conforme revelou o jornal O Globo em 2019.
Cassação
Enquanto deputado federal, Josué Bengston foi condenado a perda de mandato por envolvimento em um esquema que ficou conhecido como ‘máfia das ambulâncias’ ou ‘máfia dos sanguessugas’, esquema de corrupção no Ministério da Saúde iniciado durante a gestão de José Serra (PSDB) e desvendado durante a gestão de Humberto Costa (PT). A Justiça Federal condenou o então parlamentar por enriquecimento ilícito por meio do desvio de recursos da saúde no Pará, perda dos direitos políticos e multa de R$ 150 mil.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o pastor direcionava verbas a municípios onde ocorriam fraudes em licitação. Em seguida, o dinheiro era depositado em sua conta particular e na conta da Igreja Quadrangular do Pará.
Outros 15 parlamentares foram implicados no esquema. No Amazonas, o deputado federal Silas Câmara (Republicanos) foi apontado pela CPI dos Sanguessugas como autor de uma emenda parlamentar no valor de R$ 1,8 milhão para a Fundação Boas Novas (FBN), vinculada ao Instituto de Políticos da Assembleia de Deus no Amazonas. O dinheiro foi utilizado para compra de 18 ambulâncias sem licitação a R$ 100 mil cada. As investigações apontaram que carros modelo Fiat Fiorino foram equipados para se tornarem ambulâncias. O preço seria de R$ 30 a R$ 40 mil no máximo, bem abaixo do valor destinado por Silas.
Comandada à época por Jônatas Câmara, irmão de Silas e atual presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas (IEADAM), a FBN foi obrigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a transferir 20 veículos para entidades e municípios do interior do Amazonas como forma de indenização.