O papa Francisco fez neste domingo, dia 31, sua primeira oração em três meses diante dos fiéis reunidos na praça de São Pedro. Durante a benção, ocorrida após a missa de Pentecostes na basílica do Vaticano, o sumo pontífice expressou preocupação com os povos indígenas da Amazônia “particularmente vulneráveis” à pandemia de Covid-19.
“Hoje, festa de Pentecostes, evocamos o Espírito Santo para que dê luz e força à Igreja e à sociedade na Amazônia, posta à dura prova pela pandemia”, declarou o papa. Francisco recordou em sua fala o sínodo sobre a região que terminou no Vaticano há sete meses. “Há tantas pessoas contaminadas e mortes, também entre os povos indígenas”, lamentou o papa. Ao concluir, ele pediu que ninguém no mundo fique sem atendimento de saúde.
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Os bispos da região não só no Brasil, mas também nos demais países que têm este ecossistema em seus territórios vêm manifestando sua preocupação com o avanço da epidemia entre os indígenas. São inúmeros os artigos e reportagens que denunciam a situação de vulnerabilidade e pedem maior proteção.
Pandemia
A pandemia de Covid-19 é uma nova ameaça para os povos indígenas, especialmente os brasileiros. Desde a chegada ao poder, há um ano e meio, do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, eles sofrem pelo desmatamento crescente e invasões de suas terras.
De acordo com um balanço recente da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o vírus se propagou em 40 povos da região, contaminando 537 pessoas e matando 102. De acordo com o censo de 2010, quase 800.000 indígenas de mais de 300 povos vivem no Brasil, muitos deles isolados.
Como o papa Francisco, várias ONGs e personalidades internacionais estão preocupadas com as graves consequências da epidemia na região. Um manifesto pedindo a proteção dos povos indígenas, lançado pelo fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, radicado na França, foi assinado por milhares de pessoas.