*Da Redação Dia a Dia Notícia
O Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o maior país do mundo a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho, a chamada transmissão vertical, como problema de saúde pública. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, antecipou o anúncio durante o programa Bom Dia, Ministro, do CanalGov, nesta segunda-feira (15).
Segundo Padilha, o Conselho do Unaids (programa conjunto das Nações Unidas que tem como objetivo liderar e coordenar a resposta global à epidemia de HIV/Aids), em conjunto com representantes da OMS, realizará visita ao Brasil nesta semana para a entrega da certificação ao governo federal.
De acordo com o ministro, o resultado decorre da atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), da ampliação do acesso a testes rápidos nas unidades básicas de saúde, da testagem no pré-natal e da oferta de medicamentos às gestantes que vivem com HIV.
Padilha lembrou que, décadas atrás, o país contava com iniciativas filantrópicas voltadas ao acolhimento de crianças com HIV que haviam perdido os pais em decorrência da aids. Segundo ele, esse cenário deixou de existir com a interrupção da transmissão do vírus da gestante para o bebê.
Dados apresentados à OMS
O Ministério da Saúde apresentou um dossiê à OMS no mês de julho, com dados do SUS que embasaram o reconhecimento. Em dezembro, o Ministério da Saúde já havia notificado a eliminação da transmissão vertical e o alcance da menor taxa de mortalidade dos últimos anos.
Os dados oficiais mostram uma queda de 13% no número de óbitos por aids entre 2023 e 2024, o que representa mais de mil vidas salvas. O total de mortes passou de mais de 10 mil em 2023 para 9,1 mil em 2024 – a primeira vez que fica abaixo de dez mil em três décadas.
Entre 2023 e 2024, o número de óbitos por aids caiu 13%, o que representa mais de mil vidas preservadas, segundo o boletim epidemiológico. As mortes passaram de mais de 10 mil em 2023 para 9,1 mil em 2024. Pela primeira vez em três décadas, o total anual ficou abaixo de 10 mil.
No mesmo período, os casos de aids apresentaram queda de 1,5%, com redução de 37,5 mil para 36,9 mil registros. O país contabilizou 68,4 mil pessoas vivendo com HIV ou aids em 2024, mantendo a tendência de estabilidade observada nos últimos anos.
A eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública foi alcançada porque o Brasil manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos. O país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus.
Isso significa que o país interrompeu, de forma sustentada, a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação. O país atingiu integralmente as metas internacionais e os resultados estão em linha com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).
*A informação é da Agência Brasil.
