A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou neste sábado (19) que está em contato com o Reino Unido, que identificou uma nova variante do Sars-Cov-2.
“Eles [os especialistas do Reino Unido] vão continuar a compartilhar informações e resultados das análises e estudos. Nós vamos atualizar os Estados membros [da OMS] e o público quando soubermos mais sobre as características da variante do vírus e as suas implicações”, afirmou a entidade em uma rede social.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse neste sábado (19) que a nova mutação de coronavírus localizado no Reino Unido pode ser até 70% mais transmissível, segundo análise preliminar.
Durante o pronunciamento neste sábado, Johnson afirmou que os planos para aliviar as restrições de circulação durante o Natal seriam cancelados como tentativa de frear a disseminação do vírus.
Não há evidências de que a variante provoque casos mais graves ou com maior índice de mortes, nem mesmo que seja resistente às vacinas.
Os cientistas do Sage, um grupo de pesquisadores independentes do Reino Unido que aconselha o governo, afirmam que todos os vírus sofrem mutações, e a maioria delas só deixa o vírus disfuncional.
“Às vezes, elas levam a uma nova característica que é vantajosa para o vírus –ou seja, aumenta a capacidade de ele ser transmitido, que é a ‘meta’ dele, se ele tivesse uma consciência”, disseram.
Segundo eles, esse é o beabá da teoria evolutiva: por definição, as mutações que permanecem na espécie e se espalham são aquelas que dão algum tipo de vantagem e que não vão desaparecer.
No caso de um vírus, isso é acelerado milhões de vezes, dada a taxa de replicação da espécie. No caso de parasitas, há uma série de mutações que podem acontecer quando ele ultrapassa a barreira entre espécie para se adaptar a um novo hospedeiro –nesse caso, os humanos.
Pode ser que o Sars-Cov-2 ainda esteja nesse período inicial de adaptação aos humanos.
Mutação identificada rapidamente
“A última variante, chamada de VUI202012/01 tem muitas mutações se comparada com o vírus original de Wuhan. Muitas dessas mutações aparecem sozinhas ou em combinações entre elas em outras variantes do vírus que circulam tanto no Reino Unido como em outros países”, afirmam os cientistas do Sage.
Há um consórcio de pesquisadores que estuda o genoma do Sars-Cov-2, e por isso as variantes são identificadas rapidamente.
* G1