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O ano de 2020 será eternamente marcado pelas mais de 5 mil mortes decorrentes da Covid-19 no Amazonas

*Da Redação – Dia a Dia On-line

O ano de 2020 sem dúvidas será relembrado como o ano da pandemia da Covid-19. Além disso, por aspectos provindos desse vírus como o Auxílio Emergencial, máscaras e álcool em gel. Cuidados adotados não apenas pelos amazonenses, mas por toda a humanidade, em nome de maior proteção e na tentativa de diminuir a contaminação pelo novo coronavírus – Covid-19.

Por outro lado, algumas mortes também serão lembradas como símbolo da luta pela cura da doença. Perdemos no Amazonas, até o momento, cerca de 5.258 pessoas, entre eles grandes conhecidos nas áreas da educação, política, saúde, comunicação, música amazonense e artistas. Nesta lista, resolvemos destacar grandes nomes que vieram a falecer por decorrências da Covid-19.

Primeiro caso

No dia 24 de março, o Amazonas teve o primeiro registro de morte por coronavírus confirmado pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam).

Geraldo Sávio era morador de Parintins, município distante a 369 quilômetros da capital amazonense. No dia 21 de março, ele foi transferido da cidade em uma UTI aérea com quadro de insuficiência respiratória com grave comprometimento pulmonar. Sávio era portador de hipertensão arterial sistêmica e, no dia 22, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas foi estabilizado.

No dia 24, o paciente apresentou parada cardiopulmonar, instabilidade hemodinâmica e nova parada cardiorrespiratória. A equipe procedeu manobras de ressuscitação, contudo o paciente não resistiu e veio a óbito. Essa foi a primeira morte causada pelo novo coronavírus do Amazonas e da região Norte do Brasil.

 

Segunda vítima

 

Fundador de uma das bandas de baile mais populares de Manaus e que não faltava ao trabalho por motivo de doença. A morte do tecladista Robson de Souza Lopes, conhecido como Binho Lopes, 43, após dez dias internado na UTI, entristeceu e pegou de surpresa amigos, colegas de trabalho e familiares. Binho morreu no Hospital Delphina Aziz, reservado exclusivamente para casos de coronavírus. O músico foi a segunda vítima do coronavírus no Amazonas. Ele era casado há 20 anos, deixou dois filhos.

 

Professor Francisco Calheiros

O professor e advogado Francisco Calheiros foi mais uma vítima da Covid-19, deixando sua esposa e quatro filhos. Ocupou-se como um grande defensor do caso Isadora Thury, de 2 anos, no qual, advogou na Justiça para que a união arcasse com o custo de R$ 9,5 milhões destinados à compra do remédio mais caro do mundo para o tratamento de uma atrofia muscular espinhal, doença degenerativa da menina.

Natural de Itacoatiara, também atuou como cofundador da Academia Itacoatiarense de Letras.

 

Artista Klinger Araújo

Radialista e artista parintinense, Klinger Guedes de Araújo morreu aos 51 anos por complicações do novo coronavírus. Intitulado por muitos como “Furacão do Boi”, Klinger fez vários trabalhos em Manaus como levantador de toadas do boi-bumbá Caprichoso. Natural de Parintins morou por vários anos na capital Amazonense, sendo conhecido popularmente como uma das grandes personalidades do Boi-Bumbá do Estado. Também foi convidados por um grupo de empresários para divulgar a cultura do Boi para todo o País, participando de diversos programas populares como “Mais Você”, de Ana Maria Braga, e “Domingão do Faustão”.

 

Assistente Social

 

A servidora da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) Gecilda Albano Peçanha, de 67 anos,  faleceu em setembro, vítima da Covid-19. Gecilda era assistente social, servidora da Prefeitura de Manaus desde 2009, onde atuou em defesa das pessoas em situação de vulnerabilidade, das crianças e adolescentes, dos direitos humanos, entre outros. Entre as atividades desenvolvidas, foi diretora do Departamento de Proteção Especial, diretora do Departamento de Direitos Humanos e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Gecilda se afastou do trabalho para cuidar do filho, o advogado Wilson Neto, que testou positivo para a Covid-19. A proximidade com o filho fez com que Gecilda também contraísse a doença. Wilson Neto morreu  de Covid-19 no dia 18 de agosto.

Jornalista e Skatista

O jornalista e skatista Ulysses Athaíde Marcondes, conhecido na cena do skate manauara como ‘Boca’, faleceu, no início de dezembro, aos 46 anos, vítima das complicações do novo coronavírus. Ele estava internado desde o último dia 15 de novembro e não resistiu. Ulysses era casado com Carol Marcondes e tinha uma filha, Amália, de 18 anos de idade.Ele atuou na Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) desde 2004, na gestão de Serafim Corrêa, permaneceu durante todas as gestões subsequentes por conta do trabalho eficiente e dedicado, mesmo não sendo concursado. Ele acompanhava o prefeito Arthur Neto nas pautas e reuniões, era o ‘repórter do prefeito’.

Além do trabalho jornalístico, Ulysses era um grande incentivador da arte de rua, entusiasta do grafite em Manaus e um amante do skate, esporte que praticava há décadas e no qual sempre foi um dos nomes mais conhecidos da cena manauara. Nos últimos anos, mobilizou-se para a criação de novas pistas de skate na cidade, inclusive o skate park, que está sendo construído no parque municipal Ponte dos Bilhares. A execução da obra teve a assessoria dele.

 

Arquiteto Severiano Mário Porto

Grande arquiteto que contribuiu para a construção de obras famosas no Amazonas como o antigo estádio Vivaldo Lima, Severiano Mário Porto nasceu em Uberlândia e veio a turismo em Manaus em 1963. Dois anos depois foi convidado pelo governador do Amazonas, Arthur Cezar Ferreira Reis, a executar a reforma do Palácio do Governo, porém, não foi concluída. Mesmo assim, resolveu morar em Manaus e foi autor de diversas edificações e estruturas, entre elas estão a sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da agência da Caixa Econômica Federal na Rua José Clemente, no Centro, do Estádio Vivaldo Lima, do Fórum Henoch Reis, da Igreja de Cavaco, entre outras. Por complicações da Covid-19 veio a falecer no início de dezembro aos 90 anos.

 

Ex-prefeito de Manaus, José Fernandes

Ex-prefeito de Manaus e ex-deputado, José Fernandes, morreu em outubro por complicações causadas pelo novo coronavírus. Formado em economia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi assessor financeiro e diretor-geral do extinto Departamento Estadual de Estradas e Rodagem. Assumiu como diretor da Comissão de Construção da BR-319 (1971 a 1973), e dois anos depois como secretário dos Transportes (1975 a 1979). Licenciou-se do mandato de deputado federal na Legislatura 1979-1983 para assumir a Prefeitura de Manaus, de 1979 a 1982.

 

 

Dona Rosa Almeida

Mãe do prefeito eleito, David Almeida, Dona Rosa estava internada no hospital Adventista devido ao agravamento do seu quadro da infecção. Apesar de ter resistido a duas paradas cardíacas e por ter passado por uma traqueostomia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), acabou falecendo de complicações decorrentes da Covid-19. Natural do Pará, casou e constituiu sua família em Manaus, no bairro Morro da Liberdade, Zona Sul. Foi mãe de sete filhos e uma senhora muito atuante na igreja Adventista e nas atividades esportivas.

 

Escritora Ana Peixoto

Professora aposentada e formada em filosofia, Ana Peixoto se dedicou, desde 2004, a literatura infantojuvenil. Com isso, lançou o livro “Quintal, local para ser feliz”, que deu início à série “Coisa da Ana”, na qual, estavam incluídas obras como “As frutas do meu quintal”, “Os animais do meu quintal” e “Sapos do meu quintal”. Ainda dentro da temática dos seus livros, a escritora realizava contação de histórias para crianças em escolas e instituições assistenciais. Aos 69 anos, faleceu em decorrência da Covid-19 no Hospital Delphina Aziz.

 

Higinio Tuyuka

Doutor' da educação escolar indígena, professor e líder comunitário Higino Tuyuka morre de Covid-19 | Amazonas | G1

O líder também conhecido como ‘doutor’ de educação escolar indígena Higino Pimentel Tenório da etnia Tuyuka morreu no dia 29 de maio em Manaus aos 65 anos, vítima da Covid-19. Ele estava internado no hospital de campanha Nilton Lins depois de ter sido transferido de São Gabriel da Cachoeira.

Higino  foi uma grande liderança no Amazonas por defender e preservar a cultura dos povos, principalmente junto aos indígenas do Alto Rio Negro. Como professor, ele ensinava tradições indígenas, como línguas, cantos, histórias e cerimônias às novas gerações. Também integrava a Associação Brasileira de Arte Rupestre (Abar) onde conseguiu reconhecimento internacional por ser o primeiro investigador da arte rupestre no Brasil.

No ano de 1990, ajudou na criação dos 10 Princípios da Educação Escolar Indígena, na Comissão dos Professores Indígenas do Amazonas e Roraima, que norteou as políticas do Ministério da Educação (MEC) naquela década. Contribuiu na implantação do Ensino Médio Indígena no Alto Rio Negro e na criação da Comissão de Educação Escolar Indígena do MEC.

Foi um dos fundadores da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) em 1987 localizada em São Gabriel da Cachoeira. A entidade representa 23 povos indígenas do Brasil e articula ações em defesa dos direitos e do desenvolvimento sustentável de 750 comunidades indígenas em uma das regiões mais preservadas da Amazônia.

Nonato Lopes

Ex-prefeito de Iranduba, Nonato Lopes morre de Covid-19 | Coronavírus | A  Crítica | Amazônia - Amazonas - Manaus

O ex-prefeito de Iranduba, Nonato Lopes faleceu no dia 12 de setembro após piora no quadro médico em decorrência da Covid-19 aos 73 anos.

Nonato foi deputado Estadual, secretário de segurança do estado e era pré-candidato do município.

A esposa de Nonato também contraiu a doença e também estava internado, mas conseguiu se recuperar da doença.

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