O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento emitiu um alerta sobre uma nuvem de gafanhotos que estava deixando a Argentina e avançava na direção de Uruguai e Brasil.
De acordo com a pasta, um monitoramento está sendo feito por especialistas argentinos do grande número de gafanhotos da espécie Schistocerca cancellata.
O ministério alertou as superintendências federais de agricultura e os órgãos estaduais de defesa agropecuária para que também tomem as medidas necessárias para acompanhar a nuvem e orientar os agricultores da região, especialmente no Rio Grande do Sul. Também deverão ser feitas ações para controlar os gafanhotos e tentar reduzir os estragos que possam causar.
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De onde veio a nuvem?
Os insetos chegaram à Argentina a partir do Paraguai, onde destruíram lavouras de milho.
O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa, na sigla em espanhol), uma agência do governo argentino, emitiu o primeiro alerta em 11 de maio após ser avisada por autoridades paraguaias que a nuvem se dirigia em direção à fronteira entre os dois países.
A praga entrou na Argentina em 21 de maio, mas logo retornou ao Paraguai e permaneceu no país por uma semana antes de voltar ao território argentino.
As Províncias argentinas de Santa Fé, Formosa e Chaco foram as mais atingidas até agora.
Atividade agrícola pode ser afetada
De acordo com o governo brasileiro, essa praga existe no Brasil desde o século 19. Embora seja uma praga rural, ela pode tornar-se urbana, chegando a vilas e cidades, diz a Senasa.
Mas estes insetos não afetam a saúde humana ou de animais, porque se alimentam apenas de material vegetal e não são vetor de nenhum tipo de doença.
No entanto, os gafanhotos podem afetar a atividade agrícola, e, indiretamente, a pecuária, porque os insetos se alimentam de recursos usados nesta atividade. Eles também causam danos à vegetação nativa. Pode haver 40 milhões de gafanhotos em cerca de 1 km².
Eles consomem em um dia o equivalente a consumo alimentar de 2 mil vacas ou 350 mil pessoas, explicou o engenheiro agrônomo argentino Héctor Medina à agência de notícias Reuters.
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