A Policlínica Codajás teve um grande aumento no número de pacientes transexuais nos últimos anos no Amazonas. Instalada na zona Sul da capital e criada em setembro de 2017, ao longo de 4 anos, a quantidade de pessoas atendidas por meio do projeto “Processo Transsexualizado” subiu de 24 para 273 pacientes fixos.
A equipe responsável pelo atendimento é multidisciplinar e é formada por diversos profissionais da área da saúde, desde psicólogos e ginecologistas até fonoaudiólogos e entre outros trabalhadores especializados que atendem pacientes transexuais no Ambulatório de Diversidade Sexual e Gênero da unidade de saúde.
Em 2018, o atendimento se expandiu para 59 pessoas. Já em 2019 foram 79 pacientes. Em 2020, mesmo com as dificuldades da pandemia do Covid-19 e seguindo todos os protocolos de segurança, o número saltou para 116 atendimentos, totalizando 278 pacientes fixos na unidade.
O projeto tem o apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), em parceria com Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com consultas que acontecem dentro das instalações da Policlínica Codajás.
O diretor-geral da Policlínica Codajás, Rainer Figueiredo, explica que o atendimento no ambulatório está de portas abertas para a população.
“Qualquer pessoa que esteja interessada em participar do projeto pode procurar nossa unidade e ter informações necessárias para começar todo processo. As pessoas são sempre bem-vindas e, seguindo os protocolos exigidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), atendemos nossos pacientes trans, com todo respeito que elas e eles tanto merecem”, frisou.
Acolhimento
Entre os atendimentos prestados, na equipe de enfermagem o paciente recebe toda orientação para tramitação do nome social, descrito no cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Na psicologia, o paciente tem consultas individuais e personalizada. Já no setor de ginecologia e endocrinologia, o paciente recebe consulta para realizar o manejo hormonal. Também estão disponíveis exames, testes rápidos e vacinas essenciais.
Atuando no projeto desde a criação, a médica ginecologista da Policlínica Codajás, Dária Neves, explica que o aumento de pessoas trans que buscam a unidade se deve ao acolhimento e à equipe multidisciplinar existentes no órgão.
“Temos um respeito ao nome social do trans, além de toda orientação hormonal de que ela precisa, por meio das receitas controladas, para que tenha acesso a testosterona e estradiol, medicações importantes nesse processo”, destacou.
Além de todo este processo, a profissional explica que, no projeto, a paciente tem o acompanhamento da harmonização, que dura em média dois anos, com exames clínicos e consultas, contribuindo assim, com a melhoria da saúde mental dessas pessoas.
Paciente do projeto, Maya Alvarenga, de 27 anos, conta que antes de conhecer o Ambulatório Transsexualizador fazia hormonioterapia por conta própria, mas que após conhecer o programa tudo melhorou na vida dela.
“Eu me sinto totalmente representada aqui na Policlínica. As consultas psicológicas, o atendimento médico em geral e exames me ajudaram na conclusão de tudo que preciso, para ter uma vida mais saudável e feliz”, afirmou.
Serviço
A Policlínica Codajás atende pacientes de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, na avenida Codajás, 26, bairro Cachoeirinha, zona Centro-Sul da capital. Para dúvidas e sugestões, a população pode entrar em contato por meio do número (92) 3612-4200 ou pelo e-mail [email protected].