O mês de novembro de 2020 foi o mais quente já registrado desde 1979, quando teve início a série histórica do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia (UE), que anunciou os dados nesta segunda-feira (7) em um relatório, segundo o Valor Econômico.
Análises do sistema de monitoramento por satélite do serviço mostram que as temperaturas no mês passado foram 0,8 grau Celsius mais quentes do que a média de 30 anos registrada entre 1981 e 2010. Além disso, os termômetros superaram em 0,1 grau Celsius o recorde anterior, que foi estabelecido em novembro de 2016.
“As temperaturas estavam acima da média em uma grande região, cobrindo grande parte do norte da Europa, a Sibéria e o Oceano Ártico”, disse o Copernicus, em nota. “As temperaturas substancialmente mais altas do que a média também ocorreram em partes dos EUA, América do Sul, sul da África, planalto tibetano, leste da Antártica e na maior parte da Austrália”.
Os dados foram divulgados após a Organização Meteorológica Mundial (OMM) ter afirmado que 2020 caminha para ser um dos anos mais quentes já registrados na história.
O diretor do Copernicus, Carlos Buontempo, afirmou que a tendência mostrada é preocupante e que o relatório destaca a importância de um monitoramento abrangente no Ártico, onde, segundo ele, o aquecimento está sendo mais rápido do que no restante do mundo.
“Esses registros são consistentes com a tendência de aquecimento de longo prazo do clima global. Todos os políticos que priorizam a mitigação dos riscos climáticos devem ver esses registros como um sinal de alerta e considerar, mais seriamente do que nunca, a melhor forma de cumprir os compromissos internacionais estabelecidos no Acordo de Paris”.