O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, disse hoje (11) que 200 amostras de exames RTP-CP de pacientes com covid-19 no Amazonas serão analisadas em um estudo genético para determinar se a nova onda da doença no estado é causada pela nova variante do novo coronavírus.
“Nós tivemos uma reunião ontem (10) com o secretário da Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Ele já requisitou do Lacen [Laboratóio Central do Amazonas] 200 amostras para serem analisadas de forma emergencial em estruturas do Rio de Janeiro. Ele não confirma nem descarta [a contaminação pela nova variante]. Fará um estudo amplo dessas 200 amostras para chegar a uma conclusão, um estudo genético”, afirmou Campêlo.
A reportagem do UOL Notícias entrou em contato com a secretaria e com o ministério para obter mais informações sobre o estudo e aguarda retorno.
Pouco antes, o governador Wilson Lima (PSC) havia dito que “não há comprovação científica” sobre a gravidade ou alguma mutação do vírus que está circulando em Manaus. “Tudo isso está sendo estudado”, disse. “É histórico que nesse período chuvoso os casos de síndrome respiratória aguda aumentem consideravelmente. E aí mistura”, conta o UOL.
Hospitais e cemitérios sobrecarregados
Pela segunda vez em oito meses, o sistema de saúde do estado do Amazonas opera com dificuldades por causa da alta de casos e mortes provocados pela covid-19. Após as festas de fim de ano, também houve um aumento no número de enterros, que tende a superar a média diária da primeira onda da doença, em abril do ano passado.
Na manhã desta segunda-feira, 362 pessoas aguardam por leitos no estado, sendo que 46 situação mais grave precisam de transferência para UTIs, que estão lotadas.
Ontem, foram registrados 144 sepultamentos em Manaus, sendo 62 óbitos por causa da covid-19. O pico de enterros na capital amazonense ocorreu no dia 26 de abril do ano passado, com 161 sepultamentos num só dia.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi até Manaus para anunciar medidas de enfrentamento ao coronavírus no Amazonas, mas não foram divulgadas iniciativas imediatas para interromper a alta de casos e mortes. O governador pediu prioridade no envio de doses de vacina para grupos vulneráveis do Amazonas.
Segundo Lima, o Ministério da Saúde disponibilizou recursos para a contratação de mais de 1.400 profissionais que vão reforçar o atendimento. Ele também agradeceu dizendo que, desde a semana passada, existe uma força-tarefa para garantir mais oxigênio para os hospitais do estado —depois das empresas terem afirmado que não conseguiriam suprir a demanda.
“Hoje nós estamos pagando o preço de muitos eventos clandestinos, de aglomerações e festas de fim de ano”, afirmou Lima, complementando que “hoje as pessoas estão começando a entender a gravidade da pandemia”.
