*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) aprovou na última quinta-feira (9/3) uma proposta para formar uma federação partidária com o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Solidariedade. Caso concretizada, a nova formação colocará no mesmo palanque político o vereador Marcelo Serafim (PSB) e os ex-deputados Bosco Saraiva (Solidariedade), Ricardo Nicolau (Solidariedade) e Luiz Castro (PDT). Nas últimas eleições, todos foram adversários políticos.
Marcelo Serafim estava no Avante do prefeito de Manaus, David Almeida, partido pelo qual concorreu a deputado federal. Sem obter sucesso, retornou ao PSB de seu pai, o ex-deputado Serafim Corrêa. O Avante estava na coligação que apoiou Wilson Lima (União) ao governo estadual e Lula (PT) à presidência, apesar de tanto David quanto Wilson apoiarem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por motivos de coligação, Marcelo esteve no campo oposto ao de Bosco Saraiva e Ricardo Nicolau, candidatos a deputado estadual e governador pelo Solidariedade, e de Luiz Castro, candidato a senador pelo PDT, que tinha Carol Braz como candidata ao governo estadual e Ciro Gomes à presidência da República.
Com resultados bem abaixo do esperado, as legendas de centro-esquerda buscam se unir para as disputas das prefeituras em 2024. O PDT e o PSB já concordaram em formar um bloco no Congresso Nacional. Juntos, o grupo terá 31 deputados e sete senadores.
A inclusão do Solidariedade é mais recente. O partido comandado pelo ex-deputado Paulinho da Força escapou por pouco de ter os recursos bloqueados pela cláusula de barreira. A legenda conseguiu superar a cláusula em porcentagem ao incorporar o Partido Republicano da Ordem Social (Pros). Atualmente, o Solidariedade possui sete deputados federais.
Dificuldades regionais
Se a situação no Amazonas já parece complicada, outros entraves regionais podem atrasar a formação da federação partidária. Em São Paulo, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) tem intenções de concorrer à prefeitura da capital. Contudo, a deputada deixou o PDT após desavenças com a cúpula do partido por votar a favor da Reforma da Previdência, contrariando orientação direta do diretório nacional.
Em Salvador, na Bahia, o PDT é aliado do prefeito Bruno Reis (União), cria política de ACM Neto (União). O PSB, por outro lado, é alinhado ao Partido dos Trabalhadores (PT) na capital baiana. Os expoentes do PT no estado são históricos opositores de ACM Neto e dos políticos do extinto Democratas (DEM), a exemplo do senador Jaques Wagner e do ex-governador Rui Costa, atual ministro da Casa Civil do governo Lula.
Os dirigentes nacionais dos três partidos se reunirão na próxima terça-feira (14/3) para iniciar as discussões.
O que é a federação partidária?
Aprovada na última reforma eleitoral, a federação partidária é um mecanismo que substituiu as antigas coligações. Com regras mais restritas, a federação obriga os partidos que a integram a se unirem por quatro anos, mantendo cada um sua identidade e distribuição separada dos fundos partidário e eleitoral.
Se algum partido quiser deixar a federação antes do tempo previsto, ele será punido com a proibição de formar novas federações por duas eleições e restrição de acesso ao fundo partidário.
Por seu caráter mais restrito, poucas federações foram formadas na última eleição. Atualmente, existem três federações partidárias:
- Federação Brasil da Esperança, formada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV). A federação possui 81 deputados e nove senadores;
- Federação PSDB-Cidadania, formada pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Cidadania. A federação possui 18 deputados e três senadores;
- Federação PSOL-Rede, formada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSol) e pela Rede Sustentabilidade (Rede). A federação possui 14 deputados e um senador.