Sob a coordenação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), a Polícia Civil, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM) e a Polícia Militar deflagram, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, dia 02, a operação “Sanguessuga” para desarticular uma organização criminosa responsável por fraudar mais de R$ 30 milhões em impostos estaduais e federais no Amazonas. Estão sendo cumpridos 83 mandados de prisão, busca e apreensão em Manaus e no interior.
Ao todo, 26 pessoas foram presas, sendo uma em flagrante pelo crime de tráfico de drogas. Com os suspeitos foram apreendidos R$ 100 mil em espécie, 16 veículos, duas armas de fogo, cinco simulacros, 2,5 quilos de entorpecentes, 700 doses de LSD, mil dólares, mais de 30 computadores e documentos.
Mais de 300 agentes da Polícia Militar, Polícia Civil, Detran-AM e SSP-AM estão à procura dos alvos dos mandados prisionais. O secretário de Segurança, Coronel Louismar Bonates, está no comando operacional ao lado da Delegada-Geral da Polícia Civil, Emília Ferraz, do Comandante-Geral da Polícia Militar, Coronel Ayrton Norte, do diretor do Detran-AM, Rodrigo de Sá, e do titular da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos, delegado Cícero Túlio.
A operação Sanguessuga é fruto de investigação da DERFV com colaboração do Detran-AM.
Modus operandi
A quadrilha estava fraudando a emissão de Certificado de Registro de Veículo (CRV) e Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo (CRLV), que deviam circular exclusivamente na Zona Franca de Manaus, mas estavam deixando o Estado sem o recolhimento de tributos. Os veículos eram revendidos para outros estados, com preços inferiores. Foram comercializados veículos para o Pará, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
“A investigação comprovou que o esquema conseguia também emitir segundas vias de documentos CRV a fim de ‘esquentar’ veículos roubados e clonados, ou seja, eles clandestinamente auxiliavam quadrilhas que roubavam e clonavam veículos com a emissão de documentos para esses veículos trafegarem livremente”, destacou o delegado Cícero Túlio.
Crimes
Os membros da organização criminosa vão responder por seis crimes diferentes: associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, tráfico de influência, inserção de dados falsos em sistema de informação e crimes contra a ordem tributária.
Entre os alvos da operação estavam despachantes documentalistas, servidores do Departamento Estadual de Trânsito, estagiários e ex-estagiários do órgão. Aliciados pelos despachantes, eles recebiam propina mensal de R$ 5 mil para participar do esquema, segundo a investigação.
Dos alvos, 16 são despachantes documentalistas, um vistoriador, sete servidores do Detran, um ex-servidor, três ex-estagiários e um estagiário. A Derfv também pediu o sequestro de 35 veículos com o proveito econômico do crime.