*Victória Louzada – Dia a Dia Notícia
O promotor Walber Luís Nascimento está tendo seu nome envolvido em uma grande polêmica ao rebaixar a advogada Catharina Estrella, durante uma sessão do Tribunal do Júri, em Manaus, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (13).
Na frente de várias pessoas que estavam no local, o promotor comparou a advogada a uma “cadela”.
“Dizendo que eu havia comparado todas as mulheres a cadelas, gritando inclusive, dizendo que ela tinha se sentido ofendida, quando eu não falei nada disso, expliquei o contexto, e só ela deturpou, e eu disse que os cachorros eram fiéis, eram leiais, levando em consideração a lealdade, não poderia fazer essa comparação dela com uma cadela, porque se não estaria ofendendo a cadela, eu não a comparei em nenhum momento, muito pelo contrário, mas como ela gosta de deturpar as coisas”, disparou o promotor na sessão.
Nas redes sociais, a vítima que foi alvo da humilhação pública afirmou: “Fui nesse momento ofendida no 3º Tribunal do Júri comparada a um animal, cadela, pelo promotor de Justiça”.
Jean Cleuter Simões Mendonça, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), marcou uma entrevista coletiva com a imprensa e saiu em defesa da advogada.
“A doutora Catharina é uma profissional competente, uma mulher de fibra, batalhadora, e uma advogada militante e atuante. Nós, da Ordem dos Advogados do Brasil, através de todo o seu sistema, dos conselheiros, das conselheiras, do sistema de prerrogativas, das comissões, não vamos deixar qualquer violação de prerrogativas passar sem o seu devido ajuste, seu devido combate. A questão colocada é muito maior que a questão de prorrogativa, pois trata também da questão de gênero, trata da mulher advogada, e nós não podemos deixar que fatos como esse voltem a acontecer”, declarou o presidente.
A Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP) divulgou nota de apoio e desagravo ao promotor Walber Nascimento, ao considerar “distorções produzidas pela defesa dos réus durante o julgamento e alega que em momento algum houve a prática das condutas injustamente imputadas a ele”.