*Lucas dos Santos – Especial para Dia a Dia Notícia
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), usou suas redes sociais para responder as falas de senadores, que a atacaram durante uma sessão na Comissão de Infraestrutura (CI) da casa. A política se retirou do local após uma série de embates com os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Marcos Rogério (PL-RO), além de um atrito final com o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou não respeitá-la como ministra.
Em nota publicada no Instagram, Marina Silva afirmou que deu ao tucano a opção de lhe pedir desculpas, mas que ele se negou e por isso ela se retirou da sessão.
“Não posso aceitar ser agredida e não posso me calar quando atribuem a mim responsabilidades que não são minhas”, disse.
A ministra relembrou o episódio de um vídeo vazado de Plínio Valério no qual ele disse que não sabia como não a enforcou durante sua fala na CPI das ONGs e destacou que foi convidada para falar na comissão justamente na condição de ministra e “ouvir de um senador que não me respeita como ministra” não lhe deu outra opção a não ser deixar o local.
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Além de Plínio Valério, a ministra do Meio Ambiente foi alvo de falas de Omar Aziz e Marcos Rogério. Aziz disse que não iria “cair numa conversa de senhora se vitimizar pra mim”, enquanto o senador de Rondônia disse a ela “se ponha no teu lugar”.
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Nas redes, dezenas de políticos e personalidades prestaram solidariedade à Marina Silva. A jornalista Rachel Sheherazade escreveu que as mulheres, embora sejam maioria do eleitorado, ainda são minoria na política e pediu que “nas próximas eleições, lembrem-se de colocar os misóginos em seus devidos lugares”.
A senadora Leila Barros (PDT-DF), líder da bancada feminina do Senado, emitiu uma nota de repúdio contra “os ataques misóginos e sexistas” dirigidos à ministra, afirmando que ela foi “interrompida de forma desrespeitosa diversas vezes, teve o microfone cortado e foi impedida de exercer seu direito de resposta a afirmações feitas a seu respeito”.
“O episódio envolvendo a ministra Marina Silva não é isolado. É mais uma expressão de violência de gênero, que tantas mulheres enfrentam nos espaços de poder. A bancada feminina reafirma seu compromisso com o fortalecimento da democracia, a defesa das mulheres e a construção de uma política baseada no respeito, na igualdade e na justiça”, disse.