*Da Redação Dia a Dia Notícia
De 2 a 8 de agosto, a capital federal, em Brasília, será novamente palco de um dos maiores movimentos indígenas femininos do mundo. A IV Marcha das Mulheres Indígenas, organizada pela Anmiga (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade), promete reunir milhares de representantes de mais de 300 povos originários de todas as regiões do Brasil. Este ano, o lema do evento é “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”.
Criada em 2019, a Marcha é uma expressão coletiva de resistência, ancestralidade e afirmação dos direitos das mulheres indígenas. Além de denunciar violências sofridas dentro e fora das aldeias, o movimento exige políticas públicas específicas, a proteção dos territórios tradicionais e o reconhecimento do papel das mulheres indígenas como cuidadoras da terra, da cultura e da vida.
A programação deste ano prevê rodas de conversa, rituais, oficinas, plenárias e atos públicos em frente a ministérios e ao Congresso Nacional. As participantes também irão dialogar com autoridades para apresentar propostas que envolvem saúde indígena, combate à violência, educação diferenciada e demarcação de terras.
O evento acontece em um momento crucial para os povos originários, marcado por debates sobre o Marco Temporal, o avanço do garimpo ilegal e o aumento da violência contra lideranças indígenas. A Marcha busca dar visibilidade a essas pautas por meio do protagonismo das mulheres.
Chamado ancestral da ministra e de lideranças
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que também é cofundadora da ANMIGA, e a diretora executiva da organização, Joziléia Kaingang, fizeram um forte chamado ancestral para mobilizar as mulheres indígenas à participação na IV Marcha e na 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, que ocorrerá paralelamente à programação:
“Olá, minha gente! Um chamado especial aqui para todas as mulheres indígenas do Brasil. Está chegando aí a quarta marcha das mulheres indígenas. Essa marcha tem como tema nosso corpo, nosso território. Somos guardiãs do planeta pela cura da Terra… A nossa marcha vai debater também esse tema da COP30, a participação das mulheres.
Mulheres, é um chamado para todas. Pra toda a nossa ancestralidade. Somem seus corpos-territórios a essa caminhada coletiva para fazer história com a primeira Conferência Nacional das Mulheres Indígenas com toda a potência que a gente tem.”
Apoio coletivo
A Anmiga está promovendo uma campanha de arrecadação financeira para viabilizar a presença de mais mulheres na marcha. As doações podem ser feitas por Pix para o e-mail [email protected], ou por meio de depósito no Banco do Brasil (Agência: 235-6 | Conta Corrente: 25917-9).
“Contribuir com essa luta é fortalecer a vida, a Mãe Terra e todas nós”, diz o material de divulgação.
A Marcha das Mulheres Indígenas se consolidou, ao longo dos anos, como um espaço de articulação política e espiritual. Um território temporário onde vozes silenciadas se encontram, se escutam e ecoam em uníssono pelo direito de existir com dignidade.
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