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Mulheres chefiam 60% dos lares na Comunidade da Sharp em Manaus

MANAUS 31.05.2021 - Os estudos realizados pela UGPE serão utilizados na concepção de um novo programa socioambiental do Governo do Estado. (Personagem Dinameire Benicio Caceres) Foto:Tiago Corrêa_UGPE

Um estudo feito pelo Governo do Estado, por intermédio da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), verificou que 60% dos lares na Comunidade da Sharp, localizada nos bairros do Japiim, Coroado, Distrito e Armando Mendes, são chefiados por mulheres.

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 34,4 milhões de mulheres estão a frente da administração da casa. Ou seja, quase  metade das casas brasileiras são chefiadas por elas. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o percentual subiu de 25%, em 1995, para 45% em 2018.

A moradora da comunidade da Sharp há 15 anos, Dinameire Benício Cáceres, afirma que trabalha diariamente pela parte da tarde e da noite, e que quando sai para trabalhar suas filhas ficam sob os cuidados de uma vizinha.

“As minhas filhas estudam próximo de casa, durante a manhã eu fico com elas e faço as atividades domésticas, pela parte da tarde eu saio para o trabalho e elas ficam em casa. E minha dificuldade maior é essa, não ter uma creche ou uma instituição adequada para deixar minhas filhas enquanto eu trabalho, porque eu não tenho condições de pagar”, afirmou Dinameire.

Os estudos fazem parte da concepção de um novo programa socioambiental do Governo do Estado, que vai abranger as zonas sul e leste, e contemplar a construção de novas moradias, obras de macrodrenagem, saneamento básico, recuperação de vias, novas áreas para prática esportiva e abastecimento regular de água.

O programa será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e por isso segue as políticas operacionais do órgão financiador, e que em relação às mulheres possuem alguns pontos específicos.

A Subcoordenadora do Social da UGPE, Viviane Dutra, elucida que o BID tem políticas específicas voltadas às mulheres, e que preconiza primeiramente que a mulher tenha o direito ao espaço, o espaço de fala, participação e de decisão no processo de reassentamento.

A subcoordenadora salienta que outro ponto importante para o BID e para o programa, é o processo de fortalecimento da mulher por meio de fomento e de ações que propiciem a capacitação, a melhoria da escolaridade, o espaço para ela entrar em contato com o empreendedorismo e, a partir disso, ela possa desenvolver e otimizar sua autonomia financeira.

“É importante entender que não é o fato dela ser mulher que a torna vulnerável, a gente tem uma estrutura que escuta mais a voz masculina, então a gente precisa ter esse espaço para que a mulher possa se pronunciar”, ressalta a subcoordenadora.

MANAUS 31.05.2021 – Os estudos realizados pela UGPE serão utilizados na concepção de um novo programa socioambiental do Governo do Estado.
Foto:Tiago Corrêa_UGPE

Dutra ainda comenta sobre a situação das mulheres chefas de família na área de intervenção, no caso delas o trabalho realizado pelo programa é no sentido de dar o suporte para o reassentamento, pois ele normalmente afeta a malha social dessa chefa de família, rompendo-a, e essa malha social é uma malha de apoio, “porque se ela é chefa de família com filhos menores, se ela trabalha fora, ela provavelmente tem uma rede de apoio para dar assistência a esses filhos, toda essa estrutura é a partir da casa em que ela está e essa situação vai sofrer alteração com a mudança”, afirma a subcoordenadora.

Para esse processo, o programa fortalece as ações de cunho socioambiental para que não exista o risco de perda de emprego para essa mulher, e nem que seja necessário que ela deixe os filhos em uma situação vulnerável, porque essa malha de apoio vai ser modificada.

A subcoordenadora ainda pontua que nos programas anteriores, quando foi identificada situações como essa, foi garantida que parte dessa malha social continuasse próxima, com seus membros se mudando para o mesmo bloco do residencial, por exemplo. “É necessário um plano de ação socioambiental muito focado, que consiga olhar caso a caso para poder ir implementando as ações de reassentamento que alcance essas realidades”, conclui Dutra.

O coordenador executivo da UGPE, o engenheiro civil Marcellus Campêlo, afirma que o diferencial da UGPE é o Social, todo e qualquer projeto que a UGPE executa é precedido de um amplo levantamento socioambiental, e que tem por objetivo que os processos de reassentamento ou execução de obras tenham o mínimo impacto possível para a população que será beneficiada.

“A UGPE tem uma equipe social forte e atuante, que trabalha alinhada com as outras subcoordenadorias. O social mapeia as estruturas sociais das comunidades inseridas em nossas áreas de intervenção, buscando dotar o programa de todas as informações possíveis sobre a malha social dessas famílias, para que elas sejam minimamente afetadas durante seu processo de reassentamento”, afirmou Campêlo.

 

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