*Da Redação Dia a Dia Notícia
O Grupo Simões, que representa a Coca-Cola no Amazonas, e a Bemol, estão entre os investidores que patrocinam o projeto de exploração da Potássio do Brasil em Autazes, a 112 quilômetros de Manaus. As informações são da Revista Cenarium Amazônia.
O licenciamento para a exploração é alvo da Justiça Federal, que aponta atropelo nas etapas do processo e acusação de assédio a indígenas para aprovação do projeto.
A informação é do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF), que por meio de nota divulgada na terça-feira (5), rebateu a Potássio Brasil. O MPF reafirmou a legalidade dos procedimentos que subsidiaram a ação civil pública, que questiona irregularidades do licenciamento ambiental em análise na Justiça.
Em um treco da nota, o MPF afirma que além de recursos estrangeiros, grupos empresariais de Manaus também investem na Potássio do Brasil.
“Além de recursos estrangeiros, há investimentos de grupos empresariais de Manaus na empresa Potássio do Brasil, como da família Benchimol (dona da rede varejista Bemol) e Grupo Simões (que atua no segmento de bebidas como o refrigerante Coca-Cola e outros”.
O MPF não divulgou os valores que as empresas investiram no empreendimento.
Licenciamento
Em 16 de novembro, a Justiça Federal do Amazonas determinou, novamente, a suspensão do licenciamento para exploração de potássio, em Autazes, que havia sido concedido pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). A decisão da juíza Jaiza Fraxe também incluiu uma multa de R$ 7 milhões à empresa Potássio do Brasil, sendo R$ 1 milhão por aldeia indígena intimidada pela mineradora.
A decisão acata o pedido de urgência apresentado pelo MPF, pela Organização de Lideranças Indígenas Mura de Careiro da Várzea e pela comunidade indígena do Lago do Soares em Autazes. A magistrada destaca a importância do protocolo de consulta do povo Mura, que é o principal afetado pelo empreendimento, etapa que ainda não aconteceu.
Além da suspensão do processo de licenciamento ambiental iniciado pelo Ipaam, a juíza anulou a consulta, considerada irregular, realizada por um grupo de indígenas favoráveis ao empreendimento. Ela considera que a reunião entre a empresa e os indígenas foi realizada às escuras, propositalmente sem a presença de organizações e de demais lideranças indígenas Mura contrárias ao referido projeto.
*Com informações da Revista Cenarium Amazônia