O Ministério Público de São Paulo vai propor um acordo à operadora de planos de saúde Prevent Senior para suspender o uso do chamado “kit covid” (que inclui hidroxicloroquina e cloroquina) em unidades da rede.
A proposta, que será formalizada na semana que vem, prevê ainda a paralisação de qualquer estudo clínico relacionado com o coronavírus e o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos, com valor a ser estipulado de acordo com o faturamento do plano de saúde.
A empresa é alvo de investigações no MP, na Polícia Civil e na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid por supostamente pressionar seus médicos conveniados a tratar pacientes com substâncias do “kit covid”, como hidroxicloroquina, contra-indicada para a covid-19. Órgãos de atenção ao consumidor e a Agência Nacional de Saúde Suplementar também avaliam a conduta da Prevent, acusada ainda de ter conduzido um estudo sobre a eficácia da hidroxicloroquina sem avisar pacientes nem seus parentes. Tal estudo teria omitido mortes de pacientes, influenciando o resultado para dar a impressão de que o medicamento seria eficaz.
O acordo, chamado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), é uma medida de praxe antes de o MP oferecer uma ação à Justiça, mas a expectativa da Promotoria de Direitos Humanos, responsável pelo caso, é que não haja disposição, por parte da empresa, em assinar acordos, uma vez que implicaria admissão de culpa. A proposta, revelada pela CBN e confirmada pelo Estadão, será feita à empresa em uma audiência na sede do MP, no centro de São Paulo.
*Com informações da Uol