*Da Redação Dia a Dia Notícia
O Ministério Público de Rondônia (MPRO) e a Polícia Federal (PF) realizaram neste sábado (17/12) operação conjunta para desarticular associação criminosa em Colorado do Oeste, visando cumprir sete mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão. A chamada Operação Eleutéria tem como alvo empresários, produtores rurais e um policial militar da reserva suspeitos de organizar bloqueios nas rodovias após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).
As investigações tiveram início em novembro de 2022, após serem ouvidos diversos comerciantes, caminhoneiros e autônomos que foram constrangidos pelos líderes da manifestação antidemocrática feita por um grupo de pessoas inconformadas com o resultado da eleição nacional.
O MP e a Polícia identificaram atos de constrangimento ilegal, coação no curso do processo contra servidores públicos, pessoas impedidas de trafegar (ir e vir) ou obrigadas a aderir ao movimento.
Além disso, foram relatadas diversas situações de pessoas obrigadas a fechar o comércio como forma de apoio à manifestação e pessoas que não puderam abastecer seus veículos livremente, vez que o grupo impediu a passagem de caminhões tanques na cidade, assim como chegou a limitar a quantidade de combustível a ser abastecido por pessoa.
A investigação constatou ainda que comerciantes foram obrigados a demonstrar apoio à manifestação e evidenciou que motoristas tiveram seus caminhões retidos pelos golpistas por dias. Outros cidadãos chegaram a ser alertados a não voltar mais na rodovia sentido Vilhena, pois seriam impedidos de passar se não aderissem ao movimento.
O MP ressaltou ainda que os manifestantes golpistas coagiram um servidor público escalado para averiguar a violação de direitos e que a população local foi impedida de ter acesso a bens essenciais como comida, água, combustível e botijas de gás.
Apreensão
Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu nove armas, mais de 500 munições de vários calibres e seis aparelhos telefônicos. O material será analisado pelos agentes para dar continuidade às investigações, podendo ainda identificar outros envolvidos e financiadores dos atos criminosos.
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, constrangimento ilegal, coação no curso do processo, crimes contra ontra a relação de consumo e contra a atuação do Ministério Público, dentre outros, cujas penas somadas podem chegar a 16 anos de reclusão.
Os presos serão ouvidos e encaminhados para as unidades prisionais, onde permanecerão à disposição da Justiça.