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Mourão descarta impeachment, mas defende “freios” se presidente arriscar o país

Para o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), o governo cometeu “erros sobejamente conhecidos”, mas não que esses erros não são motivos para um impeachment. Ele ainda complementa, dizendo que se um presidente coloca a integridade do território risco, “tem que ser parado”. A fala foi dada ao jornal Valor, nesta terça-feira (19/1), conta o Metrópoles.

“Se você botar numa coluna do nosso governo, você vai ver que teve mais acertos do que erros. Teve erros, que são sobejamente conhecidos. Mas vamos olhar, por que vamos fazer o impeachment? Vai chegar daqui ao ano que vem. E, se o governo dele não for bom, ele não será reeleito, caso seja candidato à reeleição. Porque ele pode chegar à conclusão: ‘não vai dar para mim’”, exemplificou Mourão.

Em contrapartida, sem citar nomes, o vice-líder fez uma observação: “Agora, é óbvio que se um presidente colocar em risco a integridade do território, a integridade do patrimônio, o sistema democrático e a paz social do país, ele tem que ser parado pelo sistema de freios existente.”

Na ocasião, o general disse que existe uma retórica, que faz Bolsonaro ser constantemente mal interpretado, e que por isso, ele parece querer uma “insurreição”. “Eu acho que [Bolsonaro] não [representa uma ameaça institucional]. Existe talvez uma retórica que, dependendo da interpretação que você coloca, [interpreta que há] atentado à democracia, que o presidente está querendo uma insurreição. Mas não é isso.”

No domingo (17/1), Mourão saiu em defesa da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e disse ao jornal Estadão: “Aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment, né? Deixa o cara governar, pô!”.

Responsabilidade durante a pandemia

Questionado sobre a influência do discurso e posição de Bolsonaro perante à pandemia da Covid-19, Mourão disse acreditar que a responsabilidade é “compartilhada”, principalmente entre governadores e prefeitos.

“Ele [Bolsonaro] não foi o responsável pelas pessoas saírem para a rua. Aí tem uma responsabilidade compartilhada entre todas as esferas de governo. Nenhum dos nossos governadores e prefeitos conseguiu implementar um lockdown para valer. Até porque no Brasil esse troço não dá. O Brasil é um país muito grande, muito desigual. Não é a França ou a Espanha, que você dá um grito em Madri e todo mundo ouve. Na China, o cara bota a força armada na rua, cerca, derruba a internet… É diferente daqui.”

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