O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta sexta-feira a criação de uma agência única que integre todos os sistemas de monitoramento e alertas do governo relativo à preservação da Floresta Amazônica. A declaração foi dada durante live promovida pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa.
— Outra das prioridades do Conselho é melhorar a questão do monitoramento e dos alertas. Os nossos sistemas — Prodes e o Deter — são bons, mas eles ainda têm falhas — disse, em referência a dois sistemas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que verificam desmatamentos consolidados e em tempo real, respectivamente.
As declarações do vice-presidente ocorrem depois de uma semana de desentendimento com o Inpe, após o instituto registrar recordes de queimadas na Amazônia em setembro. Na sexta-feira passada, Mourão afirmou que o instituto estava se “contradizendo” em relação aos dados. Na terça-feira desta semana, ele disse que havia um “opositor” do governo dentro do Inpe divulgando dados negativos sobre as queimadas.
Na live desta sexta-feira, Mourão defendeu a criação de uma agência brasileira nos moldes do National Reconnaissance Office (NRO), subordinado ao Ministério da Defesa dos Estados Unidos. Segundo o vice-presidente, caso houvesse a integração dos sistemas, o custo do serviço diminuiria, além de aumentar a eficiência da análise.
— Nós precisamos avançar, realmente, em uma agência que tenha essa capacidade de forma mais, digamos assim, consistente, e que nos dê os alertas — comentou.