Por ser um concurso de visibilidade internacional, a amazonense Therezinha estava entre as maiores celebridades da década de 1950. Com a agenda cheia, ela rodou o Brasil e parou no Rio, onde foi capa de várias revistas e onde conheceu o empresário Alberto Pittigliani (1918-2003), com quem se casou no ano seguinte, para a vida inteira.
O casal morou num dos mais lindos apartamentos do Rio, na Av. Delfim Moreira, num prédio construído por Roberto Andrade, da Andrade Gutierrez e mais três amigos, entre eles Alberto, Newton Rique e um irmão, só pra eles. O marido teve variados negócios: ex-presidente da Philips, fábrica de titânio, importação e exportação de lâmpadas etc. Foi ele também quem lançou o Campari no Brasil.
O casal passava longas temporadas tanto na Europa, principalmente em Paris, no Plaza Athénée, quanto em Nova York, onde tinha apartamento.
“Therezinha foi a mulher mais bonita que vi na minha vida, generosa, amiga, sempre mantendo a união da família antes de tudo. Teve uma vida gloriosa, foi uma mulher muito feliz. No momento da morte, não sofreu”, diz o cerimonialista Ricardo Stambowsky, marido de Sueli, filha do primeiro casamento de Alberto Pittigliani, com Augusta Belleti.
Therezinha teve dois filhos, Alberto e Andrea, e uma neta, Bárbara, além de uma relação afetuosa com o genro Isaac Berensztein e a nora Luciana Pittigliani.
Therezinha, que nasceu na Fazenda Canavial, no interior do Amazonas, conquistou o Brasil em sua época e, com o marido, formou um casal do mundo.
Nota de Pesa da Prefeitura de Manaus
O prefeito de Manaus, David Almeida, se solidariza à família da ex- Miss Brasil, e segunda colocada no Miss Universo de 1957, a amazonense Therezinha Morango Pittigliani, 84 anos, vítima de uma parada cardíaca, neste sábado, 13/3, no Rio de Janeiro (RJ), onde morava com a família. Therezinha também era irmã da auditora fiscal de tributos municipais aposentada, Maria das Dores Morango.
“O Amazonas perdeu um ícone, que com certeza inspirou várias jovens a sonharem a serem miss, além revelar ao Brasil e ao mundo a beleza da mulher amazonense. Que neste momento tão triste Deus seja a fortaleza da família e amigos da nossa eterna Miss Brasil, Therezinha Morango”, disse o prefeito.
Nascida no município de São Paulo de Olivença (a 1.235 quilômetros de Manaus), Therezinha Morango foi a primeira amazonense a ganhar o Miss Brasil, em 1957. No mesmo ano, Morango representou o país no Miss Universo, realizado na Califórnia (EUA), ficando em segundo lugar, e a peruana Gladys Zender faturando a coroa. Os concursos de beleza à época tinham bastante visibilidade, o que a transformou em celebridade.
Dois anos após o concurso, Therezinha casou-se com o empresário catarinense Alberto Pittigliani, com quem teve um casal de filhos, Alberto Júnior e Andrea, passando a morar no Rio de Janeiro. Viúva desde 2003, Morango deixa filhos e uma neta.
Na última segunda-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, Therezinha Morango foi homenageada pelo Atlético Rio Negro, clube pelo qual ela foi eleita Miss Amazonas, e posteriormente Miss Brasil e vice-Miss Universo.