*Da Redação Dia a Dia Notícia
O Corpo de Bombeiros da cidade de Anápolis, em Goiás, se deslocou para averiguar a denúncia de que uma moradora do bairro Vila Santa Isabel estaria guardando uma cápsula contendo césio-137, material radioativo que provocou uma tragédia em Goiânia, capital do estado, no ano de 1987. O suposto césio-137 estaria em um bloco de concreto com uma placa de lixo hospitalar.
A moradora, segundo informações dos bombeiros, é catadora de materiais recicláveis. Sem equipamento para medir níveis de radiação, a corporação acionou a Companhia Ambiental de Operações Com Produtos Perigosos, que é especializada nesse tipo de ocorrência. O Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN) também se dirigiu para Anápolis.
A princípio, não houve nenhum vazamento de material radioativo, segundo o parecer da equipe do CNEN. O tenente coronel Altieri informou, contudo, que o material será levado para a unidade do conselho em Abadia de Goiás, região metropolitana de Goiânia.
Após as equipes verificarem que não havia risco de radioatividade no local, o isolamento foi retirado. A moradora, no entanto, será investigada pelo CNEN.
Césio-137
Goiânia, a 55 km de Anápolis, sofreu com um terrível acidente envolvendo o material radioativo em 1987. O manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas.
A fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) continha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade. O césio-137, isótopo radioativo artificial do Césio, tem comportamento, no ambiente, semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser concentrado em animais e plantas. Sua meia-vida física é de cerca de 33 anos.
Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários fragmentos de césio-137, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia.
Por conter chumbo, material de relativo valor financeiro, a fonte foi vendida para um depósito de ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois depósitos, além de distribuir os fragmentos do material radioativo a parentes e amigos que por sua vez os levaram para suas casas.